Joaquim e Ana eram pai e a mãe de Nossa Senhora, avós de Jesus, o que fez dessa data o dia dos avós.
Foi no ventre de Santa Ana que aconteceu a Imaculada Concepção de Maria. Certamente Seus pais foram uma das maravilhas que Deus fez por Nossa Mãe do Céu: "... o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor: o Seu Nome é santo..." Lc 1,49
As informações que temos sobre São Joaquim e Santa Ana nos vêm de três apócrifos, livros que a Igreja não reconhece com totalmente inspirados.
Não obstante, a Igreja os estuda,
buscando neles possíveis indícios de fatos reais que contribuam para o melhor
conhecimento dos sinais de Deus. Os fatos levantados da vida de São Joaquim e
Santa Ana servem de exemplo desses estudos. No Proto-evangelho de São Tiago, nominalmente,
temos informações da ascendência materna de Jesus dando conta que Seu avô era
da Galileia e que Sua avó, de Belém. Eles teriam concebido Maria por uma graça,
pois já eram idosos e Santa Ana, estéril. Conta também que São Joaquim era rico
e que eles foram morar em Jerusalém, onde Nossa Senhora nasceu, fato que é
confirmado por São Sofrônio, Bispo de Jerusalém no século VII.
Segundo estes escritos, as
ofertas de Joaquim no Templo não eram aceitas por ele não ter descendência em
Israel.
Joaquim entristeceu-se e
retirou-se para o deserto para orar e jejuar.
Ao fim de algum tempo um
anjo disse a Joaquim:
-
"O Senhor escutou a tua insistente oração. Desce
daqui, Ana, tua mulher conceberá no seu ventre”.
Por seu lado Ana, erguia
duas lamentações e prorrompia em dois prantos, dizendo:
-"Chorarei a minha viuvez e lamentarei a minha
esterilidade".
Olhando fixamente para o
céu viu no loureiro um ninho de pássaros e compôs para si esta lamentação:
- Ai de mim!
A quem me assemelho eu
afinal?
Não me assemelho às
aves do céu,
Pois as aves do céu
são fecundas diante de Ti, Senhor!
Ai de mim!
A quem me assemelho
eu, afinal?
Não me assemelho aos
animais terrestres
Pois também os animais
terrestres
São fecundos diante de
Ti, Senhor.
Ai de mim!
A quem me assemelho eu,
afinal?
Não me assemelho a
estas águas
Pois estas águas
São fecundas diante de Ti, Senhor.
Ai de mim!
A quem me assemelho
eu, afinal?...
Mas eis que o Senhor
atendeu as suas preces: nasceu-lhes uma filhinha, deram-lhe o nome de Maria e
depois a consagraram ao Senhor».
Nesse apócrifo está também a informação de que a Virgem Santíssima foi consagrada ao Templo de Jerusalém quando tinha apenas 3 anos de idade, e aí estudou até os 12, quando retornou à casa dos pais. Esses anos de estudo explicam sua capacidade para compor cânticos religiosos, como o Magnificat que declamou na casa de Santa Isabel, engrandecendo a Deus pela vinda do Messias e agradecendo por ser a escolhida para O trazer à Luz.
Mas, como o próprio Jesus, Maria também perdeu seu pai muito cedo, logo após acabar seus estudos. Por isso muitas pinturas retratam apenas a Senhora Sant'Ana estudando as Escrituras com ela.
Mesmo vindas de um texto não reconhecido como sagrado essas informações nunca foram contestadas pelos Primeiros Padres. Ao contrário, vários Papas e Santos fizeram várias citações importantes de alguns de seus extratos, o que é mais um forte indício de que sejam informações verdadeiras. Assim, como Deus escolheu muito bem a Maria, para ser a mãe de Seu Filho Amado, Ele também escolheu muito bem o casal em cujo seio Maria seria concebida sem pecado. Sem dúvida, um homem e uma mulher que acreditavam na vinda do Salvador e eram muito fiéis aos planos de Deus.
São João Damasceno, Padre e Doutor da Igreja, o primeiro a falar da Imaculada Conceição e que no século VII escreveu uma linda homilia em homenagem ao nascimento de Nossa Senhora, fez esses louvores aos Seus pais:
"Oh Joaquim e Ana, casal
venturoso! Toda a criação está em dívida para convosco, porque através de vós
ela pôde oferecer ao Criador o dom – entre todos o mais excelso – de uma Mãe
venerável, a única digna d’Aquele que a criou. Ditosos os rins de Joaquim, de
onde saiu uma semente totalmente imaculada, e admirável o seio de Ana, graças
ao qual se desenvolveu lentamente, onde se formou e de onde nasceu uma tão
santa criança! Oh seio que aleitaste aquela que alimentou Aquele que alimenta o
mundo!"
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