Alberico nasceu em Altavilla Irpina, Itália, em 1863. Em 1880, ingressou no seminário missionário dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, em Roma. Esse seminário unir-se-ia ao seminário para as Missões exteriores, de Milão, em 1926, formando o Pontifício Instituto das Missões Exteriores, o PIME.
Alberico foi ordenado padre em julho de 1887. Naquele ano, uma forte epidemia de cólera atingiu mais de 300 pessoas (e deixou mais de cem mortos) em sua cidade natal. O missionário aí se expôs ao contágio, ajudando e levando o conforto da religião aos infectados e consolando enlutados. (Na China, mais tarde, ficou sabendo que a comuna de Irpina lhe concedera uma medalha, em reconhecimento ao bem praticado durante a epidemia).
Em Roma, Alberico e o coirmão Vincenzo Colli receberam a destinação: a China meridional. Leão XIII recebeu-os e os abençoou.Eles embarcaram em Marselha (França), em abril de 1888, rumo a Xangai. O navio “Sindh” levou 36 dias para chegar ao destino.
Eles se adequaram aos hábitos locais. Cabeça raspada, com um topete entrelaçado na nuca. E uma bata escura, longa até aos pés, com mangas muito largas. Quinze dias depois, partiram para a província de Shensi, no interior do país. A penosa viagem pelo encachoeirado rio Han demorou 81 dias.
Em Hanzhong, sede do vicariato apostólico, estudaram chinês. Após apenas nove meses de aprendizado, foi confiado ao padre Alberico o distrito de Sijiaying, entre vales e colinas. Mil cristãos se espalhavam por sete aldeias.
Alberico viajava muito entre montes escarpados e planícies lodosas, assistindo aos cristãos, formando catecúmenos, defendendo os fracos.
Escreveu mais de 200 cartas. Em uma, demonstrou o ardor evangelizador, que não lhe dava sossego: “Ver a idolatria dominante causa uma dor aguda em meu coração. Desejaria me entregar até cansar para a sua conversão”. Em outra, lamentou “a indiferença chinesa, ou até a sua hostilidade”. De fato, havia, em todo o país, uma sutil perseguição aos estrangeiros, porque a modernidade ocidental havia invadido o grande país, no fim do século 19, ocupando portos e as grandes cidades, sem respeitar as milenares culturas locais.
Os cristãos e os missionários estrangeiros eram erroneamente considerados lacaios das grandes potências e cúmplices da sua política de domínio.
Em 1898, explodiu abertamente a luta anti-estrangeiros. Sociedades secretas nacionalistas destruíam os símbolos da ingerência estrangeira (telégrafos, por exemplo). A ultranacionalista sociedade dos boxer agredia, de modo especial, os cristãos que, ultrajados, foram perdendo direitos sociais e humanos, como o direito ao arroz, durante a intensa carestia que a todos castigava. Em sua defesa colocou-se Alberico.
Enquanto decretavam sua morte, escrevia aos seus: “Não se preocupem. Estou nas mãos de Deus e estou contente. Não cai uma folha que Deus não queira. Um enorme trabalho me espera”.
Em julho de 1900, um decreto imperial pedia a pena de morte aos cristãos que não renunciassem à sua religião. O documento exigia também o retorno dos missionários estrangeiros a seus países.
Alberico foi alertado, mas decidiu permanecer junto aos “seus” catecúmenos. No dia 20 de julho, o missionário foi emboscado e barbaramente agredido em Yanzibian, por um bando de nacionalistas fanáticos. No dia seguinte, agonizante, foi arrastado até a beira do rio, onde foi decapitado a serrote. O corpo foi esquartejado e jogado nas águas. Logo depois, onze testemunhas cristãs tiveram o mesmo destino.
Em 1951, Pio XII declarou-o Bem-aventurado. Foi canonizado por João Paulo II, em 01 de outubro de 2000.
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