Temos necessidade não só do pão material, mas
precisamos de amor, de significado e de esperança, de um fundamento seguro, de
um terreno sólido que nos ajude a viver com um sentido autêntico também na
crise, nas obscuridades, nas dificuldades e nos problemas quotidianos.
A fé oferece-nos precisamente isto: é um
entregar-se confiante a um Tu, que é Deus, o qual me confere uma certeza
diversa, mas não menos sólida do que aquela que me deriva do cálculo exato ou
da ciência. A fé não é simples assentimento intelectual do homem a verdades
particulares sobre Deus; é um gesto mediante o qual me confio livremente a um
Deus que é Pai e que me ama; é adesão a um Tu que me dá esperança e confiança.
O próprio Deus que nos é indicado em Cristo,
mostrou o seu rosto e fez-se realmente próximo de cada um de nós. Aliás, Deus
revelou que o seu amor pelo homem, por cada um de nós, é incomensurável: na
Cruz, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus que se fez homem, mostra-nos do modo
mais luminoso até que ponto chega este amor, até ao dom de si mesmo, até ao
sacrifício total.
Com o mistério da Morte e Ressurreição de Cristo, Deus desce
até ao fundo na nossa humanidade, para a restituir, para a elevar à sua
altura. A fé é crer neste amor de Deus que não diminui diante da maldade do
homem, perante o mal e a morte, mas é capaz de transformar todas as formas de
escravidão, oferecendo a possibilidade da salvação.
Papa Bento XVI – 24 de
outubro de 2012
Hoje celebramos:
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