quarta-feira, 15 de abril de 2020

15 de abril - Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. Lc 24,13


Imaginemos a cena: dois homens caminham desiludidos, tristes, decididos a deixar para trás a amargura de uma vicissitude mal sucedida. Antes daquela Páscoa estavam cheios de entusiasmo: convencidos de que aqueles dias teriam sido determinantes para as suas expetativas e para a esperança do povo inteiro. Era isso o que eles esperavam. Mas não foi assim.
Os dois peregrinos cultivavam uma esperança somente humana, que agora desabava. Aquela cruz erguida no Calvário era o sinal mais eloquente de uma derrota que não tinham previsto. Assim, naquela manhã de domingo, os dois fogem de Jerusalém.
Os dois discípulos prosseguem pensativos e um desconhecido caminha ao lado deles. É Jesus; mas os seus olhos não são capazes de o reconhecer. E então Jesus começa a sua “terapia da esperança”. 
O que acontece nesta estrada é uma terapia da esperança. Quem a faz? Jesus.

Em primeiro lugar pergunta e escuta: Quantas tristezas, quantas derrotas, quantas falências há na vida de cada pessoa! Mas Jesus caminha com todas as pessoas desanimadas que procedem cabisbaixas. E caminhando com elas, de forma discreta, consegue restituir-lhes a esperança.
Jesus fala com eles sobretudo através das Escrituras. A verdadeira esperança nunca é pouco dispendiosa: passa sempre através das derrotas. A esperança de quem não sofre, talvez nem sequer seja tal.

Em seguida Jesus repete também aos dois discípulos o gesto de cada Eucaristia: pegou no pão, abençoou-o e, depois de o partir, ofereceu-o. Nesta sequência de gestos, não há porventura toda a história de Jesus? E não há, em cada Eucaristia, também o sinal do que deve ser a Igreja? Jesus pega em nós, abençoa-nos, “parte” a nossa vida — porque não há amor sem sacrifício — e oferece-a aos outros, oferece-a a todos.

O encontro de Jesus com os dois discípulos de Emaús é rápido. Todavia, nele está todo o destino da Igreja. A Igreja escuta as histórias de todos, assim como sobressaem do íntimo da consciência pessoal; para depois oferecer a Palavra de vida, o testemunho de amor, amor fiel até ao fim. E então o coração das pessoas volta a arder de esperança.

Hoje celebramos:




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