Jesus estava consciente da sua morte iminente;
sabia que não mais iria poder comer a Páscoa. Nesta clara certeza, convidou os
seus para uma Última Ceia de caráter muito particular, uma Ceia que não
pertencia a nenhum rito judaico determinado, mas era a sua despedida, na qual
Ele deu algo novo, isto é, Se deu a Si mesmo como o verdadeiro Cordeiro,
instituindo assim a sua Páscoa.
Em todos os Evangelhos sinóticos fazem parte
desta Ceia as profecias de Jesus sobre a sua morte e sobre a sua ressurreição.
Um dado é evidente em toda a tradição: o
essencial desta Ceia de despedida não foi a Páscoa antiga, mas a novidade que
Jesus realizou neste contexto. Mesmo se esta refeição de Jesus com os Doze não
foi uma ceia pascal segundo as prescrições rituais do judaísmo, num olhar
retrospectivo tornou-se evidente, com a morte e a ressurreição de Jesus, o
significado intrínseco do todo: era a Páscoa de Jesus. E, neste sentido,
Ele celebrou a Páscoa e não a celebrou. Os ritos antigos não podiam ser
praticados; quando chegou o momento, Jesus já estava morto. Mas Ele
entregara-Se a Si mesmo e assim tinha celebrado com eles verdadeiramente a
Páscoa. Desta forma, o antigo não tinha sido negado, mas – e só assim poderia
ser – levado ao seu sentido pleno.
Com base nisto, pode-se compreender como a
Última Ceia de Jesus – que não era só um prenúncio, mas nos dons eucarísticos
compreendia também uma antecipação de cruz e ressurreição – bem depressa acabou
por ser considerada como Páscoa, como a sua Páscoa. E era-o verdadeiramente.
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário