A Beata Aleth, mãe de São Bernardo de Claraval, nasceu na segunda metade do século XI,
por volta de 1070; era filha do Conde Bernardo, Senhor de Montbard, da nobre
família descendente dos duques de Borgonha, e de Umbelina de Ricey.
Destinada à vida religiosa, ela foi educada em
uma escola monástica onde aprendeu a ler e a escrever o latim e o grego, a
cantar os Salmos, a conhecer perfeitamente as Escrituras. Mas, por razões de
alianças, aos 15 anos, aceitou o casamento com o Senhor de Chatillon sur Seine,
Tescelin, chamado o Vermelho, homem de grande virtude. Viu nesse casamento a
vontade de Deus.
Aleth era doce, benevolente e reservada. Seus
cabelos louros em tranças caiam ao lado da face. Tescelin era um nobre
cavaleiro a serviço do Duque da Borgonha, que apreciava seus conselhos e sua
bravura. O duque lhe confiou a fortaleza de Fontaines-lez-Dijon que ele tinha
construído em 1080 para defender a cidade de Dijon.
Foi ali que Aleth viveu, e ali nasceram seus
sete filhos (Guido, Gerardo, Bernardo, André, Bartolomeu, Nivard, Umbelina). Em
1090, nasceu o terceiro, Bernardo, futuro Abade de Claraval, o grande Santo,
Pai da Igreja, fundador de 70 mosteiros cistercienses, a maior figura da
Cristandade da Idade Média.
Desde o nascimento Aleth ofereceu seu filho
Bernardo a Deus na capela que mandara construir no castelo em honra a São
Ambrosiniano, bispo e mártir armênio cuja relíquia lhe fora trazida da Armênia
por um peregrino.
No início da gravidez de Bernardo Aleth teve um
sonho que a intrigou e perturbou bastante. Sonhou que gerava no seu ventre um
cão branco ligeiramente avermelhado que ladrava sem cessar. Alarmada consultou
um religioso que lhe acalmou o coração com essas palavras: “Tranquilize-se,
tudo vai bem. O cão da sua visão guardará a casa de Deus e ladrará fortemente
em sua defesa contra os inimigos da fé. Por outras palavras, a sua criança que
está prestes a surgir no mundo tornar-se-á um pregador ilustre, o qual, com a virtude
de uma língua lenitiva, como um cão bondoso, curará as feridas do pecado de
muitas almas.”
Aleth tomou para si os cuidados dos seus
filhos. Numa época em que era prática comum entre as damas nobres da região
entregar os filhos a amas para serem alimentados por elas, recusou-se a seguir
este exemplo dizendo: “O direito e dever de amamentar uma criança pertence de
forma inalienável à mãe.”
Cuidou também da primeira educação de seus
filhos. No castelo ela cumpria conscienciosamente suas obrigações domésticas e
levava socorro e consolo aos pobres e aos doentes da vizinhança. Ela exigia de
sua família uma disciplina litúrgica estrita e desejava ardentemente que todos
seus filhos se dedicassem ao serviço de Deus.
Aleth foi esposa e mãe exemplar, fez de seus
filhos cristãos perfeitos e excelentes homens. Grande era sua caridade com os
pobres: ia de casa em casa à procura dos mais necessitados e dos doentes, que
socorria generosamente não desprezando os serviços mais humildes.
No dia da festa de São Ambrosiniano, patrono da
vila, Aleth convidava todos os sacerdotes para uma festa em seu castelo. E foi
exatamente na véspera da festa daquele Santo, que ela chamou seus filhos ao
redor de seu leito e anunciou que se aproximava a sua morte. No seu quarto,
recebeu o viático, e após recitar a incocação: “Com a tua Cruz e Paixão,
liberta-a, ó Senhor”, fazendo um esforço para traçar o sinal da cruz, expirou.
Era o dia 1º de setembro de 1110, Aleth tinha apenas 40 anos. Seu corpo foi
solenemente transferido pelo Abade Jarenton para a cripta de São Benigno, pois
ela já tinha fama de santidade.
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