quinta-feira, 5 de setembro de 2019

05 de setembro - “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. Lc 5,5


O Evangelho apresenta a narração do chamado dos primeiros discípulos. O chamado é precedido pelo ensinamento de Jesus à multidão e por uma pesca milagrosa, realizada segundo a vontade do Senhor. Efetivamente, enquanto a multidão se aglomera à margem do lago de Genesaré para ouvir Jesus, Ele vê Simão desanimado por não ter pescado nada durante a noite inteira. No início, ele pede para poder subir ao seu barco, para pregar à multidão permanecendo a pouca distância da margem; depois, concluída a pregação, ordena-lhe que se faça ao largo com os seus companheiros e que lance as redes.

Simão obedece, e eles pescam uma quantidade incrível de peixes. Deste modo, o evangelista demonstra que os primeiros discípulos seguiram Jesus, confiando nele, fundamentando-se na sua Palavra, acompanhada inclusive por sinais prodigiosos. Observemos que, antes deste sinal, Simão dirige-se a Jesus, chamando-lhe Mestre, enquanto depois lhe chama Senhor. É a pedagogia do chamado de Deus, que não olha tanto para as qualidades dos eleitos, mas para a sua fé, como a de Simão, que diz: “Por causa da tua palavra, lançarei as redes”.

A imagem da pesca refere-se à missão da Igreja. A este propósito, santo Agostinho comenta: “Os discípulos puseram-se duas vezes a pescar após terem recebido a ordem do Senhor: uma vez antes da paixão, e a segunda após a ressurreição. Nas duas pescas está representada a Igreja inteira: a Igreja como é agora e como será depois da ressurreição dos mortos. Agora, recebe uma multidão impossível de contar, abrangendo os bons e os maus; após a ressurreição, incluirá somente os bons”.
A experiência de Pedro, certamente singular, é também representativa do chamado de cada apóstolo do Evangelho, que nunca deve desanimar no anúncio de Cristo a todos os homens, até aos confins do mundo.

Papa Bento XVI – 10 de fevereiro de 2013

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