Peregrino que viveu durante muitos anos diante da Igreja de Santa Maria dos Montes em Roma, pedindo esmolas, como "vagabundo de Cristo". Era um grande devoto da Eucaristia e participava de todas as devoções das Quarenta Horas que se organizavam na cidade. Desde a aurora lá estava ele diante do Santíssimo Sacramento, com as mãos cruzadas sobre o peito e os lábios em movimento. Nessas ocasiões, muitos viam irradiar dele uma luz dourada.
Ele era francês, nasceu em Amettes, próximo a Arras, no dia 27 de março de 1748, o mais velho dos quinze filhos de um casal de agricultores pobres. Frequentou a modesta escola local, mas aprendeu latim com um tio materno. Ainda muito jovem, quis tornar-se monge trapista, mas não conseguiu o consentimento dos pais.
Com dezoito anos, pediu
ingresso no convento trapista de Santa Algegonda, mas os monges não aprovaram
sua entrada. Percorreu a pé, então, centenas de quilômetros até a Normandia,
debaixo de um inverno extremamente rigoroso, onde pediu admissão no Convento
Cisterciense de Montagne. Também foi recusado foi admitido na Cartucha de Neuville, mas uma violenta crise de
angústia e de vômitos o impediu de ali continuar. À procura de outro mosteiro,
viajou a pé até a Normandia e bateu às portas da Grande Trapa de Mortagne, onde
o abade lhe negou a admissão, por ele ter apenas vinte anos.
Por fim, conseguiu ser admitido novamente na Cartuxa de Neuville, mas foi tomado pelas mesmas crises anteriores. Com muito discernimento, ao despedir-se dele, o prior deu-lhe uma orientação: "A Providência não o chama ao nosso regime de vida. Siga a inspiração divina!"
Por fim, conseguiu ser admitido novamente na Cartuxa de Neuville, mas foi tomado pelas mesmas crises anteriores. Com muito discernimento, ao despedir-se dele, o prior deu-lhe uma orientação: "A Providência não o chama ao nosso regime de vida. Siga a inspiração divina!"
Foi então que, com vinte e
dois anos, tomou a decisão mais séria da sua vida: seu mosteiro, já que não encontrava
guarida em nenhum outro, seriam as estradas de Roma.
No embornal de peregrino
carregava apenas o Novo Testamento, o livro Imitação de Cristo e um breviário,
além de um terço nas mãos. Durante a noite, dormia nas ruínas do Coliseu e, de
dia, percorria as estradas peregrinando nos lugares sagrados e evangelizando
sem pedir esmolas. Quando recebia a caridade alheia, mesmo sem pedir, ainda
dividia o que ganhava com os pobres. Isso lhe valeu, certa vez, algumas
pancadas de um certo cidadão que encarou sua atitude como um insulto. Na maior
parte dos dias, comia um pedaço de pão e ervas colhidas no caminho.
Muitos transeuntes, ao verem
aquela estranha figura, lhe perguntavam o que fazia ali, ao que ele respondia: -
Faço a vontade de Deus!
Com freqüência, em vista do
seu aspecto repulsivo, negavam-lhe a Comunhão. E quando o celebrante, movido
pela compaixão, concedia-lhe o Sacramento, via cair na patena duas lágrimas de
seus olhos.
Um pároco, o Pe. Gaetano Rogger, que observou ter ele passado seis horas diante do Santíssimo Sacramento, quis deixar seu testemunho para o processo de canonização: "Se esse homem tivesse sido sacerdote, sozinho faria todos os turnos de adoração! Que vergonha para nós, sacerdotes, que sofremos tanto ao passar uma hora diante do Santíssimo! E para rezar precisamos de cômodas almofadas. Eis um pobre que nos ensina a rezar!
Um pároco, o Pe. Gaetano Rogger, que observou ter ele passado seis horas diante do Santíssimo Sacramento, quis deixar seu testemunho para o processo de canonização: "Se esse homem tivesse sido sacerdote, sozinho faria todos os turnos de adoração! Que vergonha para nós, sacerdotes, que sofremos tanto ao passar uma hora diante do Santíssimo! E para rezar precisamos de cômodas almofadas. Eis um pobre que nos ensina a rezar!
Os maus tratos do
quotidiano, ou seja, a maneira insatisfatória de higiene a que se submetera
durante muitos anos e as penitências que se auto-impusera, acabaram por causar
o seu fim. Um dia, ainda muito jovem, seu corpo foi encontrado nos fundos da
casa de um amigo arquiteto, perto da igreja de Santa Maria dos Montes. Houve
uma grande aglomeração de populares que admiravam e até veneravam o singelo
peregrino.
Bento José acabou sendo
sepultado ali mesmo, próximo daquela igreja, local que logo passou a ser
procurado pelos devotos e peregrinos. Imediatamente, tornou-se palco de muitas
graças e prodígios, por intercessão daquele que em vida percorreu o caminho da
santidade. No seu túmulo tem a inscrição:
"Aqui repousa São Bento José Labre, peregrino francês
que viveu durante muitos anos diante desta igreja pedindo esmolas, como
‘vagabundo de Cristo".
O papa Leão XIII canonizou
são Bento José Labre em 1881, determinando sua festa para o dia 16 de abril,
data de sua morte no ano 1783.
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