"Nos próximos dias do Tríduo
Pascal, não nos limitemos a comemorar a paixão, morte e ressurreição de Cristo,
mas façamos nossos os sentimentos e atitudes d’Ele, como nos diz o apóstolo São
Paulo:
«Tende os mesmos
sentimentos que estão em Cristo Jesus».
São sentimentos de entrega e
serviço, como vemos quando lavou os pés aos seus discípulos e Se deu todo a
eles sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho na Última Ceia.
Na Eucaristia, entramos em
comunhão com Cristo Servo para podermos amar-nos uns aos outros como Ele nos
amou.
E Ele amou-nos até ao dom
total da sua vida, realizado em Sexta-feira Santa na Cruz, transformando então
o suplício mais celerado no mais perfeito, pleno e puro ato de amor.
Assim temos de fazer nós
também, porque só nos tornamos capazes de salvação, oferecendo a nossa própria
carne: devemos carregar aos ombros o mal do mundo e compartilhar o seu
sofrimento, absorvendo-o profundamente na nossa carne, como fez Jesus, como
fizeram os mártires.
É verdade que às vezes a
escuridão parece envolver a alma:
«Já não há nada a fazer!»
E o coração sente-se sem
forças para amar. São as trevas que envolvem a terra. Jesus conheceu-as:
«Meu Deus, meu Deus,
porque me abandonastes?».
Tinha ainda o Pai e, nas
suas mãos, entregou o espírito. Quando caiu o silêncio da morte, quando a
criação mergulhou na escuridão, permanece Maria, sua Mãe, mantendo acesa a
chama da fé esperando, contra toda a esperança, na ressurreição de Jesus.
E tinha razão! Na Vigília,
ressoa de novo o Aleluia pascal. É-nos dada a luz do Ressuscitado para
que, em nós, já não viva o lamento «não há nada a fazer» mas a esperança de
quem se abre a um presente cheio de futuro:
Cristo venceu a morte, e
nós vencemo-la com Ele."
Papa Francisco - 01 de abril de 2015
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