domingo, 12 de março de 2017

12 de março - São Luis Orione

"Homens que expuseram a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (At 15, 26). Estas palavras dos Atos dos Apóstolos podem aplicar-se oportunamente a São Luís Orione, homem totalmente entregue à causa de Cristo e do seu Reino. Sofrimentos físicos e morais, cansaços, dificuldades, incompreensões e obstáculos de todos os tipos marcaram o seu ministério apostólico. Cristo, a Igreja e as almas, dizia elesão amados e servidos na cruz e na crucifixão, ou não são de modo algum amados nem servidos".
O coração deste estrategista da caridade foi "ilimitado, porque se dilatou com a caridade de Cristo". A paixão por Cristo foi a alma da sua vida audaciosa, o impulso interior de um altruísmo sem reservas, a fonte sempre fresca de uma esperança indestrutível.
Este filho humilde de um pedreiro proclama que “somente a caridade salvará o mundo"  e a todos repete que “a alegria perfeita não pode existir, senão na perfeita dedicação de si mesmo a Deus e aos homens, a todos os homens".

Papa João Paulo II – Homilia de Canonização – 16 de maio de 2004

Luís Orione nasceu em Pontecurone, no Norte da Itália, no dia 23 de junho de1872. Aos treze anos foi recebido como Aspirante num Convento Franciscano de onde saiu um ano depois devido a uma doença. De 1886 a 1889 foi aluno de Dom Bosco no Oratório Salesiano de Turim.

Em 1889 entrou no Seminário Diocesano de Tortona. Ainda jovem seminarista se dedicava a obras de solidariedade para com os necessitados, participando da «Sociedade de Socorro Mútuo São Marciano» e das Conferências Vicentinas. No dia três de Julho de 1892abriu seu primeiro Oratório, um centro de educação cristã e de recreação para os meninos pobres. No ano seguinte, Orione um seminarista de 21 anos, fundou no Bairro de São Bernardino um Colégio, com escola em regime de internato, para rapazes de famílias pobres. 

Em 1895, Luís Orione foi ordenado sacerdote e, no mesmo dia, o bispo deu a batina a seis alunos do Colégio com vocação sacerdotal. Numa seqüência rápida, o Pe. Luís Orione abriu novas fundações em Mornico Losana na Região de Pavia, em Noto na Sicília, em Sanremo e em Roma.

Ligados a Dom Orione se uniram Seminaristas e Padres que formaram o primeiro núcleo de uma nova Família Religiosa a «Pequena Obra da Divina Providência». Em 1899 Dom Orione deu início a mais um Ramo da nova Congregação: os «Eremitas da Divina Providência». O Bispo de Tortona, Dom Igino Bandi, com Decreto datado de 21 de Março de 1903, deu aprovação canônica aos «Filhos da Divina Providência», Congregação Religiosa de Padres, Irmãos e Eremitas da Família da Pequena Obra da Divina Providência. A Congregação e toda a Família Religiosa se propunha «trabalhar para levar os pequenos os pobres e o povo à Igreja e ao Papa, mediante obras de caridade», desejando consagrar-se com um IV Voto «de especial fidelidade ao Papa». Já nas Primeiras Constituições de 1904 constava também o propósito de «trabalhar pela união das Igrejas Separadas».

Animado por uma grande paixão pela Igreja e pelas Almas, Dom Orione se envolveu ativamente nos problemas emergente da época: a luta pela liberdade e a unidade da Igreja, a questão romana, o modernismo, o socialismo, a evangelização das massas operárias. Dom Orione teve atuação heróica no socorro às vítimas dos terremotos de Reggio e Messina (1908) e da Marsica (1915). Por decisão do Papa São Pio X, foi nomeado Vigário Geral da Diocese de Messina por 3 anos.

Vinte anos depois da fundação dos Filhos da Divina Providência, em 29 de junho de 1915, surgiu como novo ramo a Congregação das «Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade», Religiosas movidas pelo mesmo carisma fundacional. Ao novo ramo se associaram as «Irmãs Sacramentinas Adoradoras não videntes» e algum tempo depois as «Contemplativas de Jesus Crucificado».

O Pe. Luís Orione se empenhou em organizar grupos Leigos: as «Damas da Divina Providência», os «Ex-Alunos» e os «Amigos». Nos anos seguintes, outros grupos foram constituídos como o «Instituto Secular Orionita — ISO» e o amplo leque de Associações do «Movimento Laical Orionita — MLO».

Depois da primeira Grande Guerra (1914-1918) multiplicaram-se as escolas, colégios, colônias agrícolas, obras caritativas e sociais. Entre as muita obras, as mais características foram os «Pequenos Cotolengos», instituições destinadas aos mais sofredores e abandonados,localizadas nas periferias das grandes cidades, para serem «novos púlpitos» a anunciarem Jesus Cristo e sua Igreja e para serem «faróis de fé e de civilização».

O zelo missionário de Dom Orione cedo se manifestou com o envio de Missionários ao Brasil em 1913 e, em seguida à Argentina e ao Uruguai (1921), à Palestina (1921), à Polônia (1923), a Rodes (1925), aos Estados Unidos (1934), à Inglaterra (1935) e à Albânia (1936). Dom Orione esteve pessoalmente como missionário, duas vezes, na América Latina: em 1921 e nos anos de 1934 a 1937, no Brasil, na Argentina e no Uruguai, tendo chegado até ao Chile.

Recebeu grandes demonstrações de estima de Papas e de Autoridades que lhe confiaram missões importantes e delicadas, para sanar feridas profundas no seio da Igreja e da Sociedade e em difíceis situações de relacionamentos entre a Igreja e a Sociedade civil. Foi Dom Orione pregador popular, confessor e organizador de peregrinações, de missões populares e de presépios vivos. Grande devoto de Nossa Senhora, propagou de todos os modos a devoção mariana e ergueu santuários, entre os quais o de Nossa Senhora da Guarda em Tortona e o de Nossa Senhora de Caravaggio; na construção desses santuários será sempre lembrada a iniciativa de Dom Orione de colocar seus clérigos no trabalho braçal ao lado dos mais operários civis.

Em 1940, Dom Orione atacado por graves doenças decoração e das vias respiratórias foi enviado e praticamente forçado pelos médicos e confrades a se retirar para San Remo; foi para lá protestando: «não é entre as palmeiras que eu quero viver e morrer, mas no meio dos pobres que são Jesus Cristo». E ali, três dias depois de ter chegado, morreu no dia 12 de Março, sussurrando suas últimas palavras: «Jesus! Jesus! estou indo».

O corpo foi sepultado devotamente na cripta do Santuário da Guarda e encontrado incólume vinte e cinco anos depois, em 1965.No dia 26 de Outubro de 1980, João Paulo II declarou Dom Orione bem-aventurado, tendo sido canonizado em 16 de maio de 2004 .


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