Nada sabemos a
respeito da infância de São José, tampouco da vida que levou, até o
casamento com Maria. Os Evangelhos não nos dizem coisa alguma a respeito;
limitam-se apenas a afirmar que José era justo, o que quer
dizer: José era cumpridor da lei, homem santo.
Que a virtude e santidade de
São José foram extraordinárias, vemos pela grande missão que Deus lhe confiou.
Segundo a Doutrina de São
Tomás de Aquino, Deus confere as graças e privilégios à medida da dignidade e
da elevação do estado, a que destina o indivíduo.
Pode imaginar-se dignidade
maior que a de São José que, pelos desígnios de Deus, devia ser esposo de Maria
Santíssima e pai adotivo de seu divino Filho?
Maria Santíssima,
consentindo no enlace com o santo descendente de David, não podia ter outra
coisa em mente, senão uma garantia para o futuro, uma defesa de sua virtude e
uma satisfação perante a sociedade, visto que no Antigo Testamento não era
conhecida, e muito menos considerada, a vida celibatária.
Celebrando o contrato, Maria
certamente o fez com a garantia absoluta da pureza virginal, que por
inspiração divina votara a Deus. Ao realizar-se a grandiosa obra da
Encarnação do Verbo, o Arcanjo Gabriel comunicou-se o grande mistério, que nela
se havia de realizar e, após pronunciar o "fiat" (sim), consentindo
sua maternidade operada pelo Espírito Santo, deixou São José em completa
ignorância. Com esse consentimento, dirigiu-se à casa de Isabel, onde se
demorou três meses e, de volta para casa, seu estado causou no espírito se São
José as mais graves preocupações e cruéis dúvidas.
Nesta perplexidade
invencível, resolveu abandonar a esposa e, quando tudo já estivesse
providenciado para a partida, um Anjo do Senhor lhe aparece em sonhos e lhe
diz:
"José, filho de
Davi, não temas admitir Maria, tua Esposa, porque o que nela se operou é obra
do Espírito Santo".
Foram assim de vez
dissipadas as negras nuvens do espírito de José. Com quanto respeito, com
quanta atenção não teria tratado aquela, que pela fé sabia ser o tabernáculo
vivo do Messias.
Ignora-se quando São
José morreu. Há razões que fazem supor que tenha morrido antes da vida
pública de Jesus Cristo. Certamente não se achava mais vivo quando seu
Filho morreu na cruz; do contrário não se explicaria porque Jesus recomendou a
Mãe a São João Evangelista, não tendo por isto razão, se estivesse vivo São
José.
Que morte santa terá tido o
pai adotivo de Jesus! Que felicidade morrer nos braços do próprio Jesus
Cristo, tendo à cabeceira a Mãe de Deus! Mortal algum teve igual ventura.
A Igreja com muita razão
invoca São José como padroeiro dos moribundos e os cristãos se lhe
dirigem com confiança, para alcançar a graça de uma boa morte.
Não existem relíquias de São
José, tampouco sabe-se algo do lugar onde foi sepultado.
Grande deve ser a nossa
confiança na intercessão de São José. Santa Tereza, a grande propagandista da
devoção a São José, chegou a dizer: "Não me lembro de ter-me dirigido a
São José, sem que tivesse obtido tudo que pedira".
A devoção a São José
na Igreja Católica é antiquíssima. A Igreja do Oriente celebra-lhe a festa
desde o século nono, tendo os Carmelitas introduzido tal festa na Igreja
ocidental. Os Franciscanos em 1399 já o festejavam. O Papa Xisto IV inseriu-a
no breviário e no missal; Gregório XV generalizou-a em toda a Igreja. Clemente
XI compôs o ofício com os hinos para o dia 19 de março e colocou as missões da
China sob a proteção de São José. Pio IX introduziu, em 1847, a festa do
Patrocínio de São José e, em 1871 declarou-o Padroeiro da Igreja Católica.
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