“Estava na lavanderia, muito atarefada com meu trabalho,
quando Madre Inês de Jesus, puxando-me à parte, leu uma carta que acabava de
receber. 
Tratava-se
de um jovem seminarista inspirado, dizia ele, por santa Teresa, e que vinha
pedir uma irmã que se dedicasse especialmente à salvação da alma dele e o
ajudasse com suas orações e sacrifícios quando missionário, a fim de salvar
muitas almas. 
Prometia
lembrar-se sempre dela, que passaria a ser sua irmã, quando pudesse oferecer o
Santo Sacrifício. 
Madre
Inês de Jesus disse que queria fosse eu a irmã desse futuro missionário. 
Madre,
seria impossível descrever a minha felicidade. Meu desejo atendido de modo
inesperado fez nascer em meu coração uma alegria que chamarei de infantil, pois
preciso remontar aos tempos da minha infância para encontrar a lembrança dessas
alegrias tão vivas que a alma se sente pequena demais para conter. 
Nunca
mais, durante muitos anos, tinha provado esse tipo de felicidade. 
Sentia
que, nesse aspecto, minha alma permanecera nova; era como se tivessem tocado,
pela primeira vez, cordas musicais até então deixadas no esquecimento.”
História de uma Alma

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