"O retiro que antecedeu minha profissão; não me trouxe
consolações, mas a mais absoluta aridez, quase o abandono. Jesus dormia como
sempre no meu barquinho; ah! vejo que raramente as almas o deixam dormir
sossegado nelas.
Jesus fica tão cansado de sempre dar os primeiros passos e
pagar as contas, que se apressa em aproveitar o descanso que eu lhe propicio.
Provavelmente não acordará antes do meu grande retiro de eternidade, mas, em
vez de causar-me tristeza, isso me alegra extremamente...
Verdadeiramente, estou longe de ser santa, só isso o prova
bem; em vez de me regozijar com a minha aridez, deveria atribuí-la a minha
falta de fervor e de fidelidade, deveria ficar aflita por dormir (há sete
anos) durante minhas orações e minhas ações de graças, mas não, não me
aflijo... penso que as criancinhas agradam tanto seus pais quando dormem
como quando estão acordadas, penso que para fazer cirurgias os médicos
adormecem seus pacientes. Enfim, penso que: "O Senhor vê nossa
fragilidade, que Ele não perde de vista que só somos pó"."
História de uma Alma
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