Esta
palavra do Senhor surpreende-nos e faz-nos refletir. Ela introduz na dinâmica
da fé, que é uma relação: a relação entre a pessoa humana — todos nós — e
a Pessoa de Jesus, onde um papel decisivo é desempenhado pelo Pai, e
naturalmente também pelo Espírito Santo — que aqui está subentendido.
Não
basta encontrar Jesus para acreditar n’Ele, não basta ler a Bíblia, o Evangelho
— isto é importante, mas não basta — nem é suficiente assistir a um milagre,
como a multiplicação dos pães. Muitas pessoas estiveram em estreito contato com
Jesus e não acreditaram n’Ele, pelo contrário, desprezaram-no e condenaram-no.
E eu pergunto-me: por que isso? Não
foram atraídas pelo Pai?
Não,
isso aconteceu porque os seus corações estavam fechados à ação do Espírito de
Deus. E se tiveres o coração fechado, a fé não entrará. Deus Pai sempre nos atrai
a Jesus: somos nós que abrimos ou fechamos o nosso coração. Ao contrário, a
fé, que é como uma semente no profundo do coração, desabrocha quando
nos deixamos atrair pelo Pai rumo a Jesus, e vamos ter com Ele de coração
aberto, sem preconceitos; então reconhecemos no seu rosto a Face de Deus e nas
suas palavras a Palavra de Deus, porque o Espírito Santo nos fez entrar na
relação de amor e de vida que existe entre Jesus e Deus Pai. E ali nós
recebemos o dom, o presente da fé.
Então,
com esta atitude de fé, podemos compreender também o sentido do Pão da vida que
Jesus nos doa, e que Ele exprime assim: Eu
sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o
pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo. Em Jesus,
na sua carne — ou seja, na sua humanidade concreta — está presente todo o amor
de Deus, que é o Espírito Santo. Quem se deixa atrair por este amor caminha
rumo a Jesus, vai com fé e d’Ele recebe a vida, a vida eterna.
Papa
Francisco– 09 de agosto de 2015
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