Madre Clara Fey: “Acolher, ajudar e educar as
crianças necessitadas”.
Fundou uma Congregação de Irmãs, hoje presente na Ásia,
Europa e América do Sul, com a finalidade de levar as crianças e os pequeninos
a Jesus.
Clara nasceu na cidade alemã de Aachen, em 11 de abril de
1815, em uma família rica da alta sociedade e também muito religiosa, dedicada
à solidariedade, na qual os apelos do Senhor eram prioridade, na verdade ela
tinha dois irmãos padres. Desde pequena, sentiu em seu coração a necessidade e
o desejo de ajudar os pobres.
Quando ela tinha onze anos, teve um sonho: viu uma
criança vestida de trapos e queria dar-lhe esmolas. A criança respondeu: "Eu
ainda tenho muitos irmãos pobres nesta cidade." Clara
perguntou-lhe onde morava e ela apontou o dedo para cima. Nesse ponto, ela
perguntou o seu nome: "Eu sou o pobre menino Jesus", foi
sua resposta. Esse sonho começou a fazer Clara entender o que sua missão
deveria ser.
Em 30 de agosto de 1846, refletindo por sua vez, a menina
escreveu: “Quem recebe uma criança em meu nome, me recebe”. Assim
podemos receber o Senhor. Nós não perdemos a oportunidade de aceitar uma
criança pobre. Tudo o que importa é que o façamos em nome de Jesus. Os
pobres, especialmente os pobres, são os melhores amigos de Jesus. Ele os ama
tanto que considera tudo o que lhes é feito como se fosse feito a ele.
Por isso, fundou uma Congregação de Irmãs, - hoje
presente na Ásia, Europa e América do Sul - com a finalidade de levar as
crianças e os pequeninos a Jesus.
Com efeito, no início, a Congregação passou por um
período de grandes problemas sociais em sua cidade natal, devido à crescente
industrialização: muitos pais da classe baixa trabalhavam nas fábricas e
deixavam seus filhos em grande indigência.
Ainda na casa paterna, Clara percebeu e se comoveu com a
miséria das crianças, que viviam nas ruas, circundadas de vícios, sem nenhuma
assistência e educação. Então, conversou com seu irmão, Andrew, e com alguns
amigos sacerdotes sobre a necessidade de salvar os menores da miséria urbana.
Assim nasceu o novo Instituto das Irmãs do Pobre Menino Jesus.
Com um grupo de amigos, Clara começou com uma pequena
escola, onde as crianças aprendiam rezar, ler, escrever e fazer trabalhos
manuais. Esta escola tornou-se, depois, um lar para crianças pobres.
A Congregação nasceu em 2 de fevereiro de 1844, com o
intuito de educar e ajudar as crianças e jovens mais necessitados. A
razão pela qual escolheu o nome Congregação das Irmãs Pobres do Menino
Jesus não estava apenas no sonho que tinha quando tinha onze
anos. Não significava simplesmente "irmãs de crianças pobres",
mas "irmãs do Menino Jesus", capazes de compartilhar sua própria
vida. Um horário férreo marcava seus dias: sete horas de descanso
noturno, cinco horas de trabalho, cerca de seis para oração e práticas
religiosas, cinco para recreação. Com o tempo, ela levou suas irmãs a dar aulas
até mesmo em escolas primárias para crianças ricas, mas negligenciadas na
educação religiosa.
O programa apostólico de Clara foi resumido na
expressão: "Trazer crianças a Jesus". A Palavra que
a guiava era o apelo: "Permanece em mim", que Jesus
pronunciou várias vezes no Evangelho de João.
Em 15 de julho de 1888, as Constituições receberam uma
aprovação pontifícia definitiva e em 2 de julho, Madre Clara foi eleita a
primeira superiora geral.
Ela passou seus últimos anos cuidando da formação das jovens irmãs. Para
todos, incansavelmente, ela fazia apenas uma pergunta: "Nós
amamos as crianças e Jesus nelas?"
Ela morreu em Simpelveld em 8 de maio de 1894.
Como possível milagre para obter sua beatificação, foi
examinado o caso de um recém-nascido curado por sua intercessão no início dos
anos 2000. No dia 4 de maio de 2017, recebendo o Cardeal Angelo Amato, Prefeito
da Congregação para as Causas dos Santos, Papa Francisco autorizou a
promulgação do decreto que abriu o caminho para a beatificação da Madre
Clara.
O rito foi celebrado na Catedral de Santa Maria em Aachen
em 5 de maio de 2018, presidida pelo Cardeal Amato como enviado do Santo Padre. A
memória litúrgica da nova Beata, para sua congregação, estava marcada para o
dia 8 de maio, aniversário de seu nascimento no céu.
"Eu preciso permanecer ligado a Jesus como o
ramo da vinha, senão a minha fé murchará". Esta frase estava
sempre nos lábios da Irmã Clara Fey, dando testemunho de uma fé que que une a
oração e o serviço aos outros. Estes foram, para ela, dois aspectos
inseparáveis da vida, e ao mesmo tempo vivido juntos como um só em Cristo e
suas tarefas diárias: havia sempre Cristo no centro e sempre o vi em cada
pessoa que ela conheceu, incorporando plenamente as palavras de evangelho de
João: "Permanecei em mim", como podemos ver
claramente nas palavras do Cardeal Angelo Amato: "o seu exemplo e
seus ensinamentos ainda estão vivos hoje nos corações de suas irmãs. Cuidando
dos pequeninos e dos pobres, elas percebem a Palavra de Jesus presente em mim.
Somente na caridade para com os necessitados permanece-se em Cristo e Cristo
permanece em nós".
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