Estas palavras podem entender-se no sentido espiritual e no
sentido literal: no desígnio de Deus, as duas interpretações devem contribuir
para a nossa salvação.
O nosso pão de vida é Cristo,
e este pão não está acessível a toda a gente, mas a nós sim. Tal como dizemos “Pai
Nosso” porque Ele é o Pai dos que têm fé, também chamamos a Cristo o “nosso pão”
porque Ele é o pão dos que constituem o seu corpo. Para obter este pão, rezamos
todos os dias; não queremos ser, pelo pecado grave, privados do pão do céu, separados
do corpo de Cristo, Ele que proclamou: “Eu sou o pão vivo que desceu dos céus;
quem come deste pão, viverá para sempre. E o pão que Eu vos darei é a Minha
carne para a vida do mundo” (Jo 6, 51). O
Senhor advertiu-nos: “Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes
o Seu sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6, 53).
Pedimos, portanto, para
receber todos os dias o nosso pão, ou seja Cristo, para permanecermos e
vivermos em Cristo, e não nos afastarmos da Sua graça e do Seu corpo.
Também podemos compreender
este pedido da seguinte maneira: renunciamos ao mundo; pela graça da fé,
rejeitámos as suas riquezas e as suas seduções; pedimos apenas o alimento. Aquele
que se torna discípulo de Cristo e renuncia a tudo segundo a palavra do Mestre
(Lc 14, 33) deve pedir o alimento de cada dia e não se preocupar a longo prazo.
O Senhor disse: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã
já terá as suas preocupações; basta a cada dia o seu trabalho” (Mt 6, 34). O
discípulo pede, portanto, com razão o seu alimento de cada dia, uma vez que
está proibido de se preocupar com o dia seguinte.
São Cipriano – século III
Hoje celebramos:
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