quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

19 de janeiro - Beato Marcelo Spínola y Maestre


Hoje elevamos à glória dos altares o Cardeal Marcelo Spinola y Maestre, que foi bispo de Coria, Malaga, e arcebispo depois em Sevilha. É uma ocasião propícia para dar graças ao Senhor pelo testemunho de santidade daqueles que "colocam o Espírito Santo como guardiães e pastores da Igreja de Deus, que ele alcançou com seu próprio sangue" (At 20, 28).

Ao contemplar a vida deste pastor da Igreja, quero sublinhar, em primeiro lugar, a sua confiança no Senhor, que foi o lema do seu episcopado: "Posso todas as coisas naquele que me fortalece" (Fl 4,13). Ajudado por esta confiança que pôde brilhar nele as virtudes que compõem a glória e a coroa do Bispo:

- O sacrifício heroico no cumprimento das suas funções episcopais;
- O amor e dedicação aos pobres, destacando a austeridade;
- A preocupação com a formação dos mais humildes, que o levou a fundar a Congregação  "Escravas do Divino Coração", para o apostolado, e a educação da juventude;
- A sua independência eclesiástica, acima das divisões, sendo portador de paz e compreensão, bem como defensor da liberdade da Igreja no cumprimento da sua missão sagrada;

Tudo alimentado pelo amor ardente por Jesus Cristo e coberto com uma humildade pessoal profunda.

Nós pastores da Igreja, temos de ver no exemplo do novo Beato, um encorajamento e uma esperança na tarefa que foi confiada a nós. Por isso, os fiéis regozijam em ver uma esperança  que tornou-se uma realidade que é a santidade sublime de um de seus pastores altruístas.

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 29 de março de 1987

“O arcebispo mendigo” era assim chamado pelo seu amor franciscano à pobreza e pela caridade inesgotável para com os pobres. 
Nasceu de nobre família, em São Fernando, tendo sete irmãos, dos quais quatro morreram na infância.  Seguiu os ensinamentos de seu pai, doutorando-se em jurisprudência. Em Huelva abriu um escritório para atender gratuitamente os pobres. Deixando a profissão de advogado, entrou no Seminário de Sevilha e recebeu a ordenação sacerdotal em 1864.
Como capelão e logo depois como pároco, demonstrou um grande zelo pastoral, dedicando-se maior parte do tempo no ministério da reconciliação. Foi nomeado em 1879, cônego da catedral de Sevilha e mais tarde bispo auxiliar da mesma arquidiocese. Promovido bispo de Coria-Cáceres em 1884, desenvolveu intenso apostolado, visitando as áreas mais pobres da Espanha.

Era uma pessoa muito amorosa, estando disposto a sacrificar sua vida por Cristo. Juntamente com Célia Mendez fundou a Congregação das Irmãs Escravas do Divino Coração em 1885, em Cória, na Espanha, com missão específica no campo da educação. “Educar é formar o Coração” - eis o lema a ser perseguido pelas religiosas e profissionais da área de educação que assumem esse projeto de Educar ao modo Spínola, através do zelo e ardor missionário, fazendo da educação integral um espaço específico e privilegiado de anúncio da Boa Nova de Jesus, nas realidades sociais, culturais e econômicas a que estão inseridos.

Transferiu-se para a diocese de Málaga e dez anos mais tarde tornou-se arcebispo de Sevilha. Pio X o fez cardeal em 1905.
Morreu em Sevilha aos 71 anos de idade. Distinguiu-se por seu zelo infatigável pela salvação das almas, espírito de oração, intensa mortificação e sua atitude paternal para com os sofredores e marginalizados.

De caráter sensível, humilde, alegre, foi um verdadeiro franciscano, profundo imitador de Cristo. Dele se pode dizer: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu, me enviou a anunciar aos pobres a boa nova, curar os corações aflitos” (Lc 4,18).


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