O desígnio
benévolo do Pai que "nos faz entrar no reino de seu Filho predileto"
encontra em Santa Leônia Francisca de Sales Aviat uma maravilhosa realização: ela viveu até ao fim a oferta de
si própria. No centro do seu empenho e do seu apostolado, a Ir. Francisca de
Sales coloca a oração e a união a Deus, onde ela encontra a orientação e a
força para vencer as provas e dificuldades, e persevera, até ao fim da sua
existência, nesta vida de fé, desejando deixar-se conduzir pelo Senhor: "Ó
meu Deus, que a minha felicidade consista em sacrificar-Vos todas as minhas
vontades e desejos!".
A decisão que
melhor caracteriza a Madre Aviat, "esquecer-me de mim
completamente", é também para nós um apelo a ir contra a corrente
do egoísmo e dos prazeres fáceis, a abrirmo-nos às necessidades sociais e
espirituais do nosso tempo.
Queridas Irmãs
Oblatas de Santa Francisca de Sales, a exemplo da vossa fundadora, em profunda
comunhão com a Igreja, sede, onde Deus vos colocou, bem determinadas em receber
as graças presentes e em aproveitá-las, pois é em Deus que se encontram a luz e
a ajuda necessárias em qualquer circunstância! Confiando na poderosa
intercessão da nova Santa, aceitai alegremente o convite a viver, numa
fidelidade renovada, as intuições que ela viveu de modo tão perfeito.
Papa João Paulo II – Homilia de Canonização – 25 de novembro
de 2001
Leônia Aviat nasceu no dia 16 de setembro de
1844 na cidade de Sézanne, na região francesa de Champagne. Seus pais eram
católicos praticantes e honestos comerciantes.
Conforme o costume da época, quando completou
dez anos eles a enviaram para o colégio das Irmãs da Visitação da cidade de
Troyes, ali permanecendo por seis anos. Foi naquele período que ela recebeu a
Primeira Comunhão e a Crisma. Sob a sábia orientação do capelão Padre Luis
Brisson e da superiora Madre Chappuis, recebeu uma educação humanística,
uma profunda formação religiosa e moral, marcada pela doutrina salesiana de
abandono à Divina Providência.
Em 1866, Leônia rejeitou um vantajoso
matrimonio, expressando o desejo sincero de dedicar sua vida a Jesus Cristo.
Com autorização dos pais ela foi visitar o Padre Brisson a fim de se
aconselhar.
A cidade de Troyes naquela época tinha se
tornado um polo de indústrias têxteis que atraiam a mão de obra do campo para o
centro urbano.
Atento a esta situação e sensível às
necessidades das adolescentes camponesas que deixavam suas famílias em busca do
trabalho promissor, desde 1858 o Padre Brisson havia fundado a Obra São
Francisco de Sales, uma casa-família que acolhia e assegurava a assistência e a
educação cristã àquelas jovens operárias. Porém, como era difícil encontrar uma
diretora estável para esta casa-família, o Padre Brisson havia decidido fundar
uma congregação religiosa.
Durante a visita de Leônia o experiente padre
expôs esta situação e encontrou nos anseios da jovem um sinal de Deus.
Colocou-a direção da casa-família.
Em 1868 ele fundou a Congregação para
continuar de forma organizada a sua Obra para as operárias e Leônia vestiu o
hábito religioso juntamente com Lucia Cannet, sua ex-companheira de estudos, adotando
o nome de Irmã Leônia Francisca de Sales Aviat.
Em 1872 Leônia foi eleita superiora da nova
Congregação, colocada sob a proteção e guia do santo bispo de Genebra, de quem
adotam completamente as regras espirituais e pedagógicas. Isto explica o nome
adotado “Madres Oblatas de São
Francisco de Sales”.
Desde então, Madre Aviat se dedicou ao
apostolado entre as jovens operárias, dando a elas segurança, educação
religiosa, recreação e preparando-as para no futuro constituírem famílias
católicas bem estruturadas. As Oblatas abrem escolas básicas nas paróquias.
Após ter estabilizado a Congregação e as
casas-famílias de Troyes, Madre Aviat foi para Paris, onde organizou um
pensionato para moças de famílias ricas, revelando-se uma educadora
excepcional, obtendo, junto à alta sociedade parisiense, o mesmo sucesso que
alcançara com as jovens operárias de Troyes. Madre Aviat dirigiu esta obra
por oito anos, estendendo assim seu apostolado às diversas classes sociais.
Retornando a Casa-Mãe da Congregação, ali
residiu por mais quinze anos, assumindo o posto de superiora até sua morte.
Madre Aviat enviou Irmãs Oblatas para a
Namíbia, África do Sul, Equador, Suíça, Áustria, Inglaterra e Itália, abrindo
pensionatos, escolas e obras assistenciais.
No ano de 1903 as leis anticlericais
francesas de Emilio Combes decretaram a dissolução das Congregações religiosas
e o fechamento de suas casas, apoderando-se de todos os seus bens. Vinte e três
casas de sua obra, mais seis dos padres Oblatas foram fechadas.
Madre Aviat e suas Oblatas se refugiam em
Perúgia, onde desde 1896 tinham uma casa para assistência das jovens empregadas
domésticas.
Daquela cidade Madre Aviat, que não
esmorecera, continuou a atividade da Congregação, exortando suas Irmãs com
cartas, visitas e ensinamentos.
Em 2 de fevereiro de 1908, o venerando Padre
Brisson falece na sua cidade natal, e Madre Leônia só pode assistir ao funeral
vestindo roupas civis.
Nos últimos anos ela se dedicou à obtenção da
aprovação definitiva das Constituições da obra, que ela apresentou ao Papa São
Pio X, tendo este dado a aprovação canônica em 1911.
Madre Leônia morreu em Perúgia, Itália, no
dia 10 de janeiro de 1914, na Casa religiosa da Via della Cupa. Foi
primeiramente sepultada no cemitério local. Mais tarde seu corpo foi
transladado para a Igreja de Santa Maria della Valle e atualmente repousa na
Casa-Mãe da Congregação em Troyes, França.
Foi beatificada em 27 de setembro de 1992
pelo Papa João Paulo II e canonizada pelo mesmo pontífice em 25 de novembro de
2001, na Basílica Vaticana, em Roma. Para sua festa litúrgica a
Igreja reservou o dia 10 de janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário