Cecília era
cristã, e desde pequena fez voto de castidade para viver o Amor de Deus e de
Cristo. Como cristã numa época tão antiga, e em Roma, ela certamente herdou a
fé dos discípulos de São
Paulo, que levou a fé até Roma, e de São
Pedro, o primeiro papa.
Herdou a fé desses santos homens e de tantos
outros que foram martirizados exatamente em Roma. O cristianismo que Cecília
recebeu em sua formação, era o cristianismo dos mártires, dos heróis da fé. Ela
foi cristã numa Igreja perseguida, numa Igreja que ainda era minoritária,
porém, cheia de profunda fé, esperança e coragem.
Ela
foi dada em casamento, contra a vontade,a um jovem chamado Valeriano.
Assim
se marcaria o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia.
Durante as núpcias, enquanto
ressoavam os concertos profanos, Cecília cantava no seu coração um hino de amor
a Jesus, seu verdadeiro esposo.
Cantava com os Anjos,
interiormente: "Guardai, Senhor, sem mancha meu coração e meu
corpo".
Estando a sós com o noivo,
disse-lhe, Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza:
"Valeriano, acho-me sob a proteção direta de um Anjo que me defende e
guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim,
o que provocaria a ira de Deus contra ti".
Valeriano,ficou
"vivamente impressionado" com as declarações da noiva, respeitou-lhe
a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite.
Regressando a seu palácio,
revestido da túnica branca dos neófitos, encontrou sua esposa em oração, e ao
lado dela, o Anjo Custódio, tendo nas mãos duas coroas de rosas e lírios.
Colocou uma sobre a cabeça
de Cecília e outra sobre a de Valeriano.
Valeriano relatou ao irmão
Tibúrcio o que tinha se passado e conseguiu que também ele se tornasse cristão.
Convertido e batizado,
passou ele, assim como Cecília e Valeriano, a ver continuamente os Anjos e a
conversar com eles!
Turcius Almachius, prefeito
de Roma, "teve conhecimento da conversão do dois irmãos. Citou-os perante
o tribunal e exigiu peremptoriamente que abandonassem, sob pena de morte, a
religião que tinham abraçado. Diante da recusa formal, foram condenados à morte
e decapitados".
Almachius,
deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu
próprio palacete e asfixiada pelos vapores d'água. Cecília teria sido então
protegida milagrosamente, e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto
de tornar-se intolerável, ela nada sofreu". Segundo outros mitos, a Santa "foi
metida em um banho de água fervente do qual teria saído ilesa".
Almachius recorreu então à
pena capital." Três golpes vibrou o algoz sem conseguir separar a cabeça
do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta
posição. Aos cristãos que a vinham visitar dava bons e caridosos conselhos. Ao
Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres.
Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo
depois de sua morte". Foi enterrada na Catacumba de São Calisto, era por volta do ano 176.
O
corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que lhe soubessem o
jazigo.
Uma
aparição da Santa ao Papa Pascoal I (817-824) trouxe luz sobre este ponto.
Achou-se o caixão de cipreste que guardava as relíquias. O corpo, foi
"encontrado intacto e na mesma posição em que tinha sido enterrado".
O esquife foi "achado em um ataúde de mármore e depositado no altar de
Santa Cecília". Ao lado da Santa acharam seu repouso os corpos de Valeriano,
Tibúrcio e Máximo.
Em 1599, por ordem do
Cardeal Sfondrati, foi aberto o túmulo de Santa Cecília e o corpo encontrado
ainda na mesma posição descrita pelo papa Pascoal. O escultor Stefano Maderno
que assim o viu, reproduziu em finíssimo mármore, em tamanho natural, a sua
imagem.
A
posição em que estava ao morrer: os braços estendidos, os três dedos
simbolicamente dispostos, indicando seu ato de fé na Santíssima Trindade, o
rosto voltado para a terra.
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