Então,
seguindo a regra de ouro dos conselhos evangélicos se tornou, através dnadoração
aos pés da cruz do Redentor, uma discípula da Virgem Imaculada, por quem nutria
uma devoção filial. Pobreza, castidade e obediência vivida na simplicidade
franciscana e alegria ter sido a ferramenta que confirmou a certeza de que “tudo
posso fazer tudo naquele que dá força” (cf. Fl 4, 13), e agora contempla a
glória do teu Senhor.
Papa
João Paulo II - Homilia de Beatificação – 10 de outubro de 1993
Elisabete Maria Satellico nasceu em Veneza,
no dia 9 de janeiro de 1706, filha de Pedro Satellico e de Lucia Mander. Vivia
com os pais na casa do tio materno sacerdote, que se ocupou de sua formação
moral e cultural.
Dotada de inteligência precoce, muito cedo se
aplicou à leitura, demonstrando uma disposição para a oração, à música e ao
canto. Desde muito jovem manifestou vocação religiosa e aspirava tornar-se
capuchinha, mas o Senhor, por meio de um acontecimento inesperado, lhe indicou
a Ordem onde devia consagrar-se:
Uma jovem professora de música e canto do
mosteiro das Clarissas de Ostra Vetere, precisou deixar o convento por motivos
de saúde. Elisabete se ofereceu para ocupar o posto e foi aceita, entrando no
mosteiro como educanda, ficando responsável pela direção do canto e tocando o
órgão. Tinha apenas 14 anos.
Devido a sua pouca idade, o Bispo de
Senigallia não permitiu que ela vestisse o hábito religioso, o que só pode
fazer cinco anos depois, aos 19 anos, no dia 13 de maio de 1725, com a
permissão do novo Bispo Bartolomeu Castelli, mudando o nome para Maria
Crucifixa.
O ano de noviciado ela o passou em
recolhimento e oração, meditando o mistério da Cruz, da qual desejava tornar-se
participante. Fez a profissão religiosa em 19 de maio de 1726, diante do
Vigário Geral da Diocese de Senigallia. Concentrou todos os seus esforços na
realização do seu constante desejo: cada
vez mais configurar-se a Jesus Crucificado, com a prática dos conselhos
evangélicos e a devoção filial a Virgem Imaculada, segundo o espírito de Santa
Clara de Assis.
Provada e purificada por continuas aflições
do espírito e por graves enfermidades corporais, atingiu uma extraordinária
perfeição. Era alvo de insultos e assaltos dos demônios, que a atormentaram a
vida toda, inclusive fisicamente.
Superou e suportou estas provas e
dificuldades com a ajuda dos seus diretores espirituais, o menor conventual
Ângelo Sandreani e o Padre João Batista Scaramelli, que foi o seu primeiro
biógrafo.
A Beata teve o dom de extraordinários
prodígios sobrenaturais e autênticos fenômenos místicos, que eram sinais de uma
predileção divina. Foi eleita abadessa do mosteiro e quando seria reeleita
pelas monjas, não pode continuar naquela função por disposições episcopais.
Assumiu então o encargo de Vigária, que exerceu com bondade e firmeza até a
morte.
Consumida pela tuberculose, faleceu no dia 8
de novembro de 1745, na idade de 39 anos. Foi sepultada na igreja de Santa
Lucia de Ostra Vetere.
Sete anos após a sua morte, como consequência
da extraordinária fama de santidade e de numerosas graças e favores atribuídos
à sua intercessão, foi aberto o primeiro processo ordinário, em 18 de agosto de
1752. Por dificuldades daqueles tempos, ele ficou suspenso e foi reaberto em
1826, com o Papa Leão XII e em 1914 com o Papa São Pio X.
Em 14 de maio de 1992, um milagre atribuído à
sua intercessão foi aprovado e finalmente, em 10 de outubro de 1993, o Papa
João Paulo II a proclamou beata.
A vida da Beata Maria Crucifixa Satellico
resplandecerá sempre como uma testemunha viva do poder da Cruz, ela que redime,
santifica e salva e que garante a paz e o amor entre todos os filhos de Deus.
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