domingo, 21 de agosto de 2016

Assunção de Maria

"O Evangelho da Solenidade da Assunção de Maria descreve o encontro entre Maria e a prima Elisabete, destacando que “Maria levantou-se e com pressa foi até a região montanhosa, em uma cidade de Judá”.

Naqueles dias, Maria corria em direção a uma pequena cidade próximo a Jerusalém para encontrar Elisabete. Hoje a contemplamos na sua estrada em direção à Jerusalém celeste, para encontrar finalmente o rosto do Pai e rever o rosto do seu Filho Jesus. Muitas vezes na sua vida terrena havia percorrido áreas montanhosas, até a última dolorosa estação do Calvário, associada ao mistério da paixão de Cristo.

Agora, a vemos chegar à montanha de Deus, “vestida como o sol, com a lua sob seus pés e, na cabeça, uma coroa de doze estrelas” e atravessar os limites da pátria celeste.
Ela foi a primeira a acreditar no Filho de Deus, e é a primeira a subir aos céus em corpo e alma. Inicialmente, acolheu e tomou conta de Jesus quando ainda era criança, e é a primeira a ser acolhida pelos braços de seu Filho para ser levada ao Reino eterno do Pai.
Maria, moça humilde e simples de uma vila perdida na periferia do império, justamente porque acolheu e viveu o Evangelho, foi admitida por Deus para estar pela eternidade ao lado do trono do Filho. É assim que o Senhor tira os potentes dos tronos e eleva os humildes.


A Assunção de Maria é um grande mistério que diz respeito a todos nós, sobre o nosso futuro. Maria nos precede na estrada para a qual são encaminhados aqueles que, diante do Batismo, ligaram a sua vida a Jesus, como Maria entrelaçou a Ele a sua própria vida.
A festa de hoje preanuncia os “novos céus e a nova terra”, com a vitória de Cristo ressuscitado sobre a morte e a derrota definitiva do mal. Para tanto, a exaltação da humilde moça da Galileia, expressada no canto do Magnificat, se torna canto de toda a humanidade, que se compraz no ver o Senhor que se inclina sobre todos os homens e todas as mulheres, humildes criaturas, e assume com Ele todos no céu.
Pensemos, em particular, às mulheres cansadas do fardo da vida e do drama da violência, às mulheres escravas da prepotência dos potentes, às meninas obrigadas a realizar trabalhos desumanos, às mulheres obrigadas  a renderem-se no corpo e no espírito à cobiça dos homens.
Que a elas possa chegar o quanto antes o início de uma vida de paz, de justiça, de amor, à espera do dia em que finalmente se sentirão seguradas por mãos que não humilham, mas que com ternura as reerguem e as conduzem pela estrada da vida até o céu.
E agora, nos voltemos com confiança a Maria, doce Rainha do céu, e a peçamos: “Doai-nos dias de paz, vigia o nosso caminho, faz que vejamos o teu Filho, cheios da alegria do Céu”.

Papa Francisco 15/08/2016



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