"O
Evangelho da Solenidade da Assunção de Maria descreve o encontro entre Maria e
a prima Elisabete, destacando que “Maria levantou-se e com pressa foi até a
região montanhosa, em uma cidade de Judá”.
Naqueles dias, Maria corria em direção a uma pequena
cidade próximo a Jerusalém para encontrar Elisabete. Hoje a contemplamos na sua
estrada em direção à Jerusalém celeste, para encontrar finalmente o rosto do
Pai e rever o rosto do seu Filho Jesus. Muitas vezes na sua vida terrena havia
percorrido áreas montanhosas, até a última dolorosa estação do Calvário,
associada ao mistério da paixão de Cristo.
Agora, a vemos chegar à montanha de Deus, “vestida como o
sol, com a lua sob seus pés e, na cabeça, uma coroa de doze estrelas” e
atravessar os limites da pátria celeste.
Ela foi a primeira a acreditar no Filho de Deus, e é a
primeira a subir aos céus em corpo e alma. Inicialmente, acolheu e tomou conta
de Jesus quando ainda era criança, e é a primeira a ser acolhida pelos braços
de seu Filho para ser levada ao Reino eterno do Pai.
Maria, moça humilde e simples de uma vila perdida na
periferia do império, justamente porque acolheu e viveu o Evangelho, foi
admitida por Deus para estar pela eternidade ao lado do trono do Filho. É assim
que o Senhor tira os potentes dos tronos e eleva os humildes.
A Assunção
de Maria é um grande mistério que diz respeito a todos nós, sobre o nosso
futuro. Maria
nos precede na estrada para a qual são encaminhados aqueles que, diante do
Batismo, ligaram a sua vida a Jesus, como Maria entrelaçou a Ele a sua própria
vida.
A festa de hoje preanuncia os
“novos céus e a nova terra”, com a vitória de Cristo ressuscitado sobre a morte
e a derrota definitiva do mal. Para tanto, a exaltação da humilde moça da
Galileia, expressada no canto do Magnificat,
se torna canto de toda a humanidade, que se compraz no ver o Senhor que se
inclina sobre todos os homens e todas as mulheres, humildes criaturas, e assume
com Ele todos no céu.
Pensemos, em particular, às
mulheres cansadas do fardo da vida e do drama da violência, às mulheres
escravas da prepotência dos potentes, às meninas obrigadas a realizar trabalhos
desumanos, às mulheres obrigadas a renderem-se no corpo e no espírito à
cobiça dos homens.
Que a elas possa chegar o
quanto antes o início de uma vida de paz, de justiça, de amor, à espera do dia
em que finalmente se sentirão seguradas por mãos que não humilham, mas que com
ternura as reerguem e as conduzem pela estrada da vida até o céu.
E agora, nos voltemos com
confiança a Maria, doce Rainha do céu, e a peçamos: “Doai-nos dias de paz,
vigia o nosso caminho, faz que vejamos o teu Filho, cheios da alegria do Céu”.
Papa Francisco 15/08/2016
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