Incansável
e destemido pregador, suportou perseguições, calúnias e torturas para anunciar
o Evangelho, mantendo-se sempre firme e fiel ao Senhor, que confirmava sua
missão realizando inúmeros milagres.
São
José de Leonessa (sua cidade de origem na região do Lázio) nasceu na Itália,
aos 8 de janeiro de 1556. Desde cedo fatos extraordinários manifestaram a
singularidade daquela criança. Certa
vez, sua mãe, adormecendo sobre ele ainda bebê, foi subitamente despertada por
mão invisível que salvara da morte iminente. Noutra ocasião, quando o menino
chorava, sua mãe presenciou o berço agitar-se docemente, como que embalado por
misterioso anjo.
Em
1572 ingressou na Ordem dos Capuchinhos. Desde então, perde seu nome de
batismo, Eufrânio, e passa a chamar-se Frei Giuseppe da Leonessa (Frei José de
Leonessa). Em 24 de setembro de 1580 é ordenado sacerdote na cidade de Amélia;
e, em 21 de maio de 1581 recebe a faculdade de Pregador. Torna-se, deste
modo, missionário aos 26 anos de idade. Seria conhecido desde então como
incansável e destemido pregador do Evangelho.
Em
1587 recebe de seu superior capuchinho a permissão para agregar-se à Missão
de Constantinopla na Turquia, onde poderia pregar entre bárbaros e infiéis. Durante a longa viagem, faltaram alimentos
para a tripulação do barco onde viajava. Tocado pelo desespero dos marinheiros,
Frei José benzeu alguns poucos pães e o alimento bastou para todo o período da
travessia. Iniciava-se deste modo seu apostolado que seria marcado por
verdadeiros prodígios sobrenaturais.
Foi
sempre modelo perfeito de doçura, humildade, paciência, castidade e obediência.
Em três dias da semana, só tomava pão e água; assim passou várias quaresmas;
dormia sobre às tábuas, e servia-lhe de travesseiro um tronco de árvore.
Nunca
era maior a sua alegria do que quando podia sofrer injúrias e desdéns.
Considerava-se o último dos pecadores e costumava dizer:
"É verdade que, pela misericórdia
de Deus, não caí em crimes enormes, mas tão mal correspondi à sua Graça, que houvera
merecido ser abandonado mais do que qualquer outra criatura."
Tinha
singular devoção por Jesus crucificado, e os padecimentos do nosso Divino
Salvador constituíam, para ele, o mais comum objeto das suas meditações. Pregava comumente com um crucifixo entre as
mãos, e as palavras, feitas de fogo, abrasavam de amor sagrado os corações dos
ouvintes.
Devido
a uma peste de que foram vítimas o superior e outros frades da missão de
Constantinopla, Frei José de Leonessa foi nomeado superior e, desafiando o
perigo, entrou a pregar o Evangelho aos muçulmanos. Pela coragem de afrontar o
edito do Sultão Murad III, foi condenado à Pena do gancho –
consistia em ser a vítima pendurada em dois ganchos presos ao patíbulo por uma
das mãos e um pé. Frei José ficou
pendurado sobre uma fogueira com lenha e palha umedecidas, cujo calor o faria
morrer em terríveis convulsões. Porém, ao terceiro dia, foi libertado
milagrosamente por um anjo. Diante disso o sultão comutou em exílio a
sentença de morte, e ele retornou para a Itália.
Em
1612, o missionário adoeceu
violentamente. Nessa ocasião, em vez de quedar-se em sua cama cheio de
lamentações, arrastava-se ate a Igreja para celebrar a Santa Missa.
Depois, não conseguindo mais se manter de pé deslocava-se até à Igreja para
comungar o Santíssimo Sacramento. A doença causava-lhe dores terríveis e tão
cruéis que não mais lhe permitiam repouso.
Sofreu
duas vezes as operações dos cirurgiões, sem dar o menor suspiro. Durante o
tempo todo, segurou entre as mãos um crucifixo, só murmurando estas palavras: "Santa Maria, orai por nós, míseros
pecadores".
Tendo
um dos presentes proposto que o amarrassem durante a operação, disse ele,
mostrando o crucifixo:
"Eis o mais forte dos laços;
manter-me-á imóvel muito melhor que qualquer corda."
Chegando
a hora da morte, o santo de Leonessa disse ao ouvir soarem os sinos: “Hoje é sábado, dia consagrado a Nossa
Senhora, e sábado morreu o nosso amado São Francisco. Em um sábado morrerei
também eu.” Ao recitar o Oficio divino, como fazia todos os dias, exclamou:
“Deixemos o Ofício; Deus me chama a si.” Eram 21 horas do dia 4 de fevereiro de
1612. O Frei José de Leonessa contava 56 anos de idade.
Enquanto
embalsamavam o corpo, o padre guardião conseguiu apoderar do coração. Afirmava
que os corpos dos santos não precisam de recursos humanos para se manter, pois
o poder divino os preserva da corrupção. Com efeito, o coração de São José de
Leonessa se conserva milagrosamente intacto desde então. É guardado com grande
veneração em precioso relicário.
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