A
Beata Ludovica nos convida a viver ardentemente a caridade e a mostrar com
nossas obras uma Fé autêntica e audaz para fazer o bem, ela é um claro modelo
para a vida religiosa, que pode oferecer uma notável contribuição às
consagradas que trabalham em centros assistenciais.
Ensina
que a consagração na Igreja, quando se vive a fundo, arraigada e edificada em
Cristo, produz inevitavelmente frutos de santidade.
Os
vários anos passados no Hospital de Niños de La Plata (Argentina) tiveram o
lema "fazer o bem a todos, não importa a quem". Nessa
tarefa, viveu para atender as crianças doentes, trabalhou junto com os médicos
e foi um exemplo para as outras religiosas. Com as crianças doentes teve um
amor concreto e generoso e enfrentou sacrifícios para ajudá-los. Com seus
colaboradores no Hospital de La Plata foi um modelo de alegria e responsabilidade
e criou um ambiente familiar.
A Irmã
Maria Ludovica De Angelis nasceu no dia 24 de Outubro de 1880 na Itália,
em São Gregório, uma pequena cidade do Abruzzo. Com a sua chegada, a primeira
dos oito irmãos, foi batizada na mesma tarde do seu nascimento, com o nome de
Antonina. Com o passar dos anos, o contato com a natureza e a dura vida do
campo, a menina crescia límpida e simples, trabalhadeira e rica de
sensibilidade, transformando-se ao mesmo tempo numa jovem forte e delicada,
ativa e reservada como todas as pessoas daquela esplêndida terra.
No
dia 7 de Dezembro do mesmo ano do nascimento de Antonina, faleceu em Savona uma
Irmã, que escolheu de dar a vida em plenitude no seguimento de Cristo, que
disse: «Sede misericordiosos, como é misericordioso o vosso Pai... Tudo
aquilo que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo
que o fizestes...». Era a Santa Maria Josefa Rossello, que deu a vida em
Savona, no ano de 1837, ao Instituto das Filhas de Nossa Senhora da
Misericórdia: uma família religiosa que então caminhava pelas estradas do mundo
e com o exemplo atraia muitas jovens ao mesmo ideal.
Era
aquilo que Antonina esperava: sentia no coração que os seus sonhos encontravam
eco nos sonhos da Madre Rossello. E não foi necessária outra coisa. Ingressou
entre as Filhas da Misericórdia no dia 14 de Novembro de 1904. No momento da
vestição recebeu o nome de Irmã Maria Ludovica.
Três
anos após o seu ingresso, exatamente no dia 14 de Novembro de 1907, viaja para
Buenos Aires onde desembarca no dia 4 de Dezembro do mesmo ano. Desde esse
momento a Irmã Ludovica apresenta-se discreta e corajosa, com gestos humildes,
silenciosos, dedicando-se inteiramente, apesar da sua pouca cultura.
Entretanto
é admirável naquilo que consegue realizar sob os olhos daqueles que a rodeiam,
mesmo se o seu castelhano é simpaticamente italianizado com um acento
característico, sem muita dificuldade para ser compreendido. Não formula
programas e estratégias, não tem tempo e nem capacidade. Mas, doar-se com toda
a alma, isto sim.
O
Hospital das Crianças ao qual é enviada e que imediatamente adota como sua
família, a vê primeiro como solícita cozinheira, depois torna-se responsável da
comunidade, infatigável anjo da guarda da obra que ao seu redor se transforma
gradualmente na família unida com um único fim: o bem das crianças.
Serena,
ativa, audaz nas iniciativas, forte nas provas e na doença, com o inseparável
Terço entre as mãos e com o sorriso nos olhos, Irmã Luísa torna-se ela mesma às
escondidas, através da sua bondade sem limites, incansável instrumento de
misericórdia, para que a mensagem do amor de Deus chegue clara a cada um dos
seus filhos.
O
único programa expressamente formulado é a frase seguinte: «Fazer o bem a
todos, não importa a quem». E se realizam assim com financiamentos que só
o céu sabe como a Irmã Luísa consegue obter, salas de operação, sala para os
pequenos hospitalizados, novas máquinas, um edifício no Mar do Prata para as
crianças convalescentes, uma Capela que hoje é Paróquia, e uma florescente
feitoria em City Bell, a fim de que os seus protegidos tivessem sempre uma
alimentação sadia.
Durante 54 anos a Irmã M. Luísa será a amiga e
confidente, conselheira e mãe, guia e conforto para centenas e centenas de
pessoas, de qualquer classe social. No dia 25 de Fevereiro de 1962 concluiu o
seu caminho aqui na terra, mas que permanece ainda hoje, — todo o pessoal,
médicos em particular — não se esquecem e o Hospital das Crianças assume o nome
de «Hospital Superiora Ludovica».
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