Dois anos depois, fez a profissão de fé de religiosa num novo mosteiro, fundado para ela por seu pai, na Ilha das Lebres, localizada no rio Danúbio, perto de Budapeste. Em 1261, tomou o véu definitivo, entregando seu coração e sua vida a serviço do Senhor, tendo uma particular devoção pela Eucaristia e Paixão de Cristo. Ela realmente, era especial, foi um exemplo de humildade e virtude para as outras religiosas. Rezava sempre, e fazia penitencias, se oferecendo como vítima proposital, para a salvação do seu povo.
Parece que Margarida era
excepcionalmente bela. Aos 16 anos, o Arcebispo de Esztergom comunicou-lhe que
o Papa Alexandre III a dispensava do voto dos pais, caso fosse de interesse da
nação que ela se casasse. Com efeito, o Rei Otokar, da Boêmia, desejou sua mão
após tê-la visto com hábito de religiosa.
Margarida, porém, estando
acompanhada da prioresa declarou: "Honras-me sobremaneira, rei
valente e poderoso, ao desejares que seja tua mulher, e está muito longe de mim
desprezar a vocação de esposa. Mas como poderia fazê-lo, tendo presente o
exemplo da bem-aventurada Virgem Maria, como também a dedicação da minha própria
mãe querida, de quem sou a décima filha? Mas eu não nasci para ser esposa e
mãe. A minha tarefa é completamente diversa. Por isso peço que te vás embora
sem te zangares, e busca para ti uma esposa que possa fazer-te ditoso. Eu, ó
rei, não poderia fazer-te feliz".
Como a maioria das religiosas do convento pertencia à nobreza, a princesa Margarida era tratada com especial consideração. Ao perceber isso, ela procurou escolher sempre os trabalhos mais humildes, repugnantes e tediosos. Cuidava dos doentes que padeciam os males mais repulsivos.
Possuía um ilimitado desapego às coisas materiais, amando plenamente a pobreza, o qual unido à sua vida contemplativa espiritual, a elevou a uma tal proximidade de Deus, que recebeu o dom das visões.
Dois frades dominicanos
tinham ido visitar o convento e Margarida pediu que eles permanecessem mais
tempo. Eles responderam que tinham que partir imediatamente. A menina lhes
disse: - "Vou obter que Deus faça chover de tal forma, que não podereis ir
embora". Embora os frades dissessem que não haveria chuva que os
detivesse, Margarida foi para a capela para rezar. A tormenta que desabou em
seguida foi tão violenta, que impediu os frades de partirem.
Este
episódio lembra o famoso caso ocorrido com Santa Escolástica e São Bento.
A sua sepultura se tornou meta de peregrinação, pelas sucessivas graças e milagres atribuídos à sua intercessão. Um ano depois da sua morte, seu irmão, Estevão V, rei da Hungria, encaminhou um pedido de santidade, à Roma. Mas este processo desapareceu, bem como um outro, que foi enviado em 1276. Porém na sua pátria e em outros paises, Margarida já era venerada como Santa.
Depois de muitos desencontros, em 1729 um processo chegou em Roma, completo e contendo dados de autenticidade inquestionável. Neste meio tempo as relíquias de Margarida tinham sido transferidas, por causa da invasão turca, do convento da Ilha das Lebres para o de Presburgo em 1618.
Em 1804, mesmo sem o reconhecimento oficial, seu culto se estendia na Ordem Dominicana e na diocese da Transilvânia. No século XIX, sua festa se expandiu por todas as dioceses húngaras. A canonização de Santa Margarida da Hungria foi concedida pelo papa Pio XII em 1943, em meio ao júbilo dos devotos e fiéis, de todo o mundo, especialmente pelos da comunidade cristã do Leste Europeu, onde sua veneração é muito intensa.
A certeza da vocação desde a infância. Lindo!!!
ResponderExcluir