quarta-feira, 30 de agosto de 2017

30 de agosto - Beato Alfredo Ildefonso Schuster

"Não tenho outra recordação para vos deixar a não ser um convite à santidade. Parece que as pessoas já não se deixam convencer pela nossa pregação; mas perante a santidade, ainda creem, ainda se ajoelham e rezam... Não vos esqueçais de que o diabo não tem medo dos nossos campos desportivos e das nossas salas de cinema: ao contrário, tem medo da nossa santidade".

"Para que a tempestade não arraste a barca, não servem nem a diplomacia, nem as riquezas, nem o poder secular, mas unicamente a santidade apostólica, tácita como o fermento, humilde, pobre'.

"Se alguém me ama, ele observará minha palavra e meu Pai o amará e nós iremos até ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23).

O amor por Cristo, expresso em um serviço incansável à Igreja, é o coração da espiritualidade e da atividade apostólica de Alfredo Ildefonso Schuster, por muitos anos Pastor incansável da Arquidiocese de Milão. "Um homem de oração, estudo e ação - chamou-o, Monsenhor Giovanni Battista Montini, em seu discurso na entrada na arquidiocese – não tinha outro objetivo do que a salvação espiritual do seu povo".

O espírito de oração e contemplação, próprio da tradição beneditina em que se formou, animou seu ministério pastoral. A espiritualidade monástica, apoiada pela meditação diária da Sagrada Escritura, foi expandido tanto como a cooperação ativa com a Santa Sé e no generoso serviço à comunidade Ambrosiana, ele sempre edificada e confortado com a celebração assídua e devoção dos Sagrados Mistérios e o exemplo de uma vida clara e coerente.
O cardeal Schuster ofereceu ao clero milanês um brilhante exemplo de como a contemplação e a ação pastoral podem ser harmonizadas. Ele continua a apontar hoje para cada sacerdote e cada pessoa chamada para trabalhar na vinha do Senhor, o valor supremo do amor a Deus, o fundamento da comunhão fraterna e do apostolado. "No final - ele escreveu - o que importa para a verdadeira grandeza da Igreja e dos seus filhos é o amor”.

Papa João Paulo II – Homilia de beatificação – 12 de maio de 1996

Alfredo Luís Schuster, nasceu em Roma a 18 de Janeiro de 1880. Desde a idade de 11 anos, entrou no mosteiro beneditino de São Paulo Fora dos Muros, onde pronunciou os votos simples em 1899. Ali tomou o nome de Ildefonso Schuster. Foi ordenado sacerdote em 1904, e nesse mesmo ano Mestre dos noviços, vindo a ser eleito Abade em 1918. Esta preparação na escola de São Bento forjou nele uma alma de oração et de contemplação. Esta obra abre-o ao “amor de Deus que é o fundamento da comunhão fraterna et do apostolado” (João Paulo II).
Em 1929 foi nomeado Arcebispo de Milão por Pio XI, e no mesmo ano, foi criado Cardeal. Foi na oração e na meditação quotidiana das Escrituras que este “frágil frade” encontrou o segredo que lhe permitiu guiar seu rebanho numa época turvada pelo fascismo.

Durante a segunda guerra mundial, ele deu provas da sua grande caridade. Este sábio que tinha publicado os 10 volumes do “Liber sacramentorum” (1919-1923) criou uma escola de música assim como centros de cultura católica. O Cardeal Schuster preocupou-se com o seu clero para o qual ele era um exemplo vivo da maneira como podem ser harminizadas a contemplação e a ação pastoral.

Ele recomendou a participação dos leigos na vida paroquial. Durante o seu governo pastoral, convocou cinco sínodos.
O Cardeal Schuster morreu a 30 de Agosto de 1954 em Venegono Inferior (província civil de Varese, diocese de Milão), no Seminário Arquiepiscopal Pio XI, onde ele se encontrava de passagem. Foi seu sucessor um amigo dos beneditinos, Monsenhor João Batista Montini (futuro Papa Paulo VI), que introduziu a sua causa de beatificação em 1957.

Estudioso e asceta, realizou uma profunda síntese entre contemplação e ação. "Ele foi, por um quarto de século", disse o Papa Roncalli, "a ilustração mais conhecida e admirada do glorioso binômio ora et labora".

A grandeza de Schuster reside de fato, mais do que nos seus escritos, no seu testemunho de mestre da oração da Igreja e na sua capacidade de manifestar através do corpo e de alargar à vida quotidiana o espírito haurido na liturgia celebrada.

Dos seus sacerdotes ele exige a santidade de vida, porque "parece que as pessoas não podem mais ser convencidas pela nossa pregação, mas na face da santidade, elas ainda acreditam, ainda se ajoelham e rezam". Além de ser pastor de almas, ele é um bom estudioso da história, catequese, arqueologia e arte, mas antes de tudo é liturgista, convencido de que a liturgia "por excelência é a oração da Igreja, a única verdadeira "devoção" de todo cristão, que não deve ir em busca de outras devoções"

"Via-se um santo em diálogo com o poder invisível de Deus. Não se podia olhar para ele sem sermos atingidos por um tremor religioso" (testemunho de João Colombo, Scritti). 

“O povo simples acorria... para contemplar este homem pequeno e frágil que, nas vestes do liturgo, se tornava um gigante... o seu testemunho sacerdotal, tornava-se para todos a mais autêntica e válida das mistagogias" (testemunho de Giacomo Biffi).




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