terça-feira, 8 de agosto de 2017

08 de agosto - São Domingos de Gusmão - Fundador dos Dominicanos


Junto de São Francisco de Assis, São Domingos foi um dos principais representantes daquele espírito mendicante de que se viu tomada a cristandade do século XIII.

"Transmitir aos outros as verdades contempladas"

Domingos nasceu no ano de 1170, o pai, Félix de Gusmão, pertencia a uma família de alta linhagem na Espanha;  a mãe era Joana de Aza.  
Antes de Domingos nascer, sua mãe, em sonho misterioso, viu um cão que trazia na boca uma tocha acesa, de que irradiava luz sobre o mundo inteiro.

Efetivamente, São Domingos  veio a  ser uma luz extraordinária de caridade e de zelo apostólico, que dissipou grande parte das  trevas das heresias e restabeleceu a  verdade em milhares de corações vacilantes.   
Domingos,  foi o nome  dado à criança, devido à uma devoção que a mãe do santo tinha com São Domingos de Silos, do qual um dia teve uma aparição, comunicando-lhe os planos divinos em referência ao recém-nascido.  A esse aviso extraordinário, os pais corresponderam com esmerada atenção na  educação do filho. Domingos,  pequeno ainda, deu provas de  inclinação às coisas de  Deus. 
                                                   
Seis anos  contava o menino, quando os pais o confiaram à direção de um tio, reitor de  uma igreja.  Sete anos passou Domingos na escola daquele  sacerdote, aprendendo, além das primeiras letras, como sejam, acolitar, enfeitar os altares e  cantar no coro.  Terminado este curso prático, transferiu-se para Valência, cidade episcopal  no reino de Leon, onde existia uma universidade que  mais tarde,  em 1217, passou para Salamanca.
                                                   
Durante o  tempo dos estudos em Valência, isto é, durante seis anos,  dedicou-se à arte retórica, além da filosofia e teologia.  Acompanharam-lhe os trabalhos científicos às práticas da  piedade, inclusive,  severas penitências.  Retraído por completo  do mundo, visitava somente os pobres e doentes, protegia as viúvas e órfãos.  Por ocasião de uma grande fome, vendeu os livros para poder socorrer os  necessitados. Certa vez,  ofereceu sua própria  pessoa para resgatar um jovem que caíra nas mãos  dos mouros. 
                                                   
A caridade de  Domingos, não satisfeita com as obras corporais de misericórdia, estendia-se principalmente às necessidades espirituais do próximo. Para este fim, desenvolveu um zelo extraordinário, como pregador.  O primeiro  fruto deste labor apostólico,  foi a conversão do amigo e companheiro dos estudos, Conrado, que mais  tarde entrou para a  ordem de Cister, elevado posteriormente à dignidade de Cardeal da Santa Igreja.
                                                   
Domingos contava  apenas vinte e quatro anos e era considerado um dos mais competentes mestres da vida interior. 
                                                   
Como cônego de Osma,  Domingos percorreu diversas províncias da Espanha, pregando por toda a parte a  palavra de Deus, pela conversão dos pecadores, cristãos e maometanos.  Uma das conversões mais sensacionais que Deus operou por intermédio de Domingos foi a de Reiniers, célebre herege, que mais tarde tomou o hábito dos frades dominicanos.
                                                   
Domingos não era ainda sacerdote.  Do bispo de Osma recebeu a unção sacerdotal, continuando depois a  missão apostólica de pregador.  
                                                   
Foi, então,  ficar na  França, para dedicar-se à  campanha contra os hereges, e  nomeado superior da Missão, e ele se associaram alguns frades cistercienses.  Pouco tempo, porém, durou o trabalho coletivo.  Dom Diego voltou à Espanha, os cistercienses retiraram-se para os seus claustros e o próprio Legado pontifício abandonou o solo francês. 
                                                   
Domingos  não desanimou apesar da missão ter-se-lhe tornado dificílima e perigosa.  Com mais oito  companheiros que lhe foram mandados, continuou os trabalhos apostólicos.  A inconstância, porém, que encontrou nos coadjutores, fez nele  amadurecer a idéia de fundar uma nova Ordem, cujos membros, por um voto, se dedicassem à obra da pregação.  

Os primeiros que se lhe associaram foram Guilherme de Clairel e Domingos, o Espanhol.  Em 1215 a  nova comunidade contava já dezesseis religiosos, com seis espanhóis, oito franceses, um inglês e um português.  Para assegurar-se da  aprovação pontifícia,  Domingos em companhia do bispo de Toulouse foi à Roma e  apresentou-se ao Papa Inocêncio III.  
Coincidiu ele chegar à capital da Cristandade na  abertura do Concílio de Latrão.  Opinaram os padres que em vez de aprovar as  regras de novas ordens, devia o Concílio dirigir a atenção para as Ordens já existentes e  aperfeiçoar-lhes as  constituições.   Inocêncio III, baseando-se nestas decisões, negou-se,  por diversas vezes, em dar aprovação à regra da Ordem fundada por Domingos.  Aconteceu, porém, que o Papa teve uma visão, quase idêntica à que lhe fez aprovar a Ordem de São Francisco de Assis, em 1209.  Não querendo contrariar a obra do santo homem, deu consentimento à fundação da Ordem, prometendo a Domingos expedir a bula, logo que este tivesse adotado uma regra de ordem já aprovada pela Igreja.  Domingos decidiu-se em favor da regra de Santo Agostinho, à qual acrescentou mais algumas constituições, como  por exemplo, o silêncio, o jejum e   pobreza. 
                                                   
Quando Domingos, pela segunda vez chegou à Roma,  já não encontrou o Papa Inocêncio III, mas o sucessor deste, Honório III.  Contrariamente ao que receava, obteve a aprovação da ordem, que veio a ser chamada Ordem dos Pregadores.  Nomeado o primeiro superior, fez a profissão nas mãos do Papa. 
                                                   
Graças à generosidade do bispo de Toulouse e do conde Simão de Montfort, Domingos pode construir o primeiro convento em Toulouse. O número dos religiosos crescera consideravelmente, de modo que Domingos pode introduzir em a novel comunidade e regra recém-aprovada.     
                                                   
Pouco tempo depois, Domingos voltou à Roma e fundou diversos conventos na Itália. Em Roma, conheceu São Francisco de Assis, a quem se ligou em íntima amizade. Em 1218 foi a Bolonha fundar um convento, perto da Igreja de Nossa Senhora  de Mascarella. Um ano depois, teve Domingos a  satisfação de fundar outro na mesma cidade, sendo que este, tempos depois, veio a  ser um dos mais importantes da Ordem na Itália.
                                                   
O exemplo de São Francisco de Assis e o admirável desenvolvimento da Ordem por ele fundada, influiu grandemente no espírito de são Domingos. Como o Patriarca de Assis, introduziu S. Domingos na sua ordem o voto de pobreza em todo o rigor. 
                                
São Domingos morreu no dia 06 de agosto de 1221, na idade de 51 anos. Numerosos milagres por seu intermédio Deus se dignou de fazer. O Papa Gregório IX inseriu-lhe o nome no catálogo dos Santo, em 23 de julho de 1234. Muito concorreu para o culto de S. Domingos na Igreja Católica, a devoção do Santíssimo Rosário, de quem era grande Apóstolo. 
                                                 
A Ordem dos pregadores deu à Igreja,  muitos Santos, entre estes o grande São Tomás de Aquino, Santo Alberto Magno, Santa Catarina de Siena, São Vicente Ferrer, o Papa Pio V.

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