Originária da Antioquia,
Turquia, Pelágia viveu no século III. Era uma bailarina belíssima, escandalosa,
muito divertida, festiva e pagã.
Costumava encantar e seduzir
os homens com sua dança, alegria, roupas, jóias e outros ornamentos luxuosos
que usava, exclusivamente, com essa finalidade. Com isso, tornou-se uma das
figuras mais conhecidas da vida mundana e social daquela cidade. Além, é claro,
de ter conseguido uma sólida riqueza e grande influência.
Sua fama ultrapassava os
limites do movimentado pólo econômico e social, pois muitos nobres ricos vinham
apenas para poder estar com ela, que cada vez mais aumentava suas posses e
poder.
Entretanto, certa vez a sua
ostentação chamou a atenção do bispo Nono. Foi durante uma procissão, a que
exuberante bailarina assistia, como se fosse um simples espetáculo, numa
atitude debochada e espalhafatosa. Ricamente vestida e cercada por alguns
pretendentes, ela assistia a tudo certa de que as atenções eram, na verdade,
apenas voltadas para ela.
O sábio bispo, então,
questionou a multidão: “se uma mulher era capaz de enfeitar-se daquela forma
para chamar a atenção de um simples homem mortal, como deveríamos nós adornar a
nossa alma destinada a Deus eterno?” Aquela observação tocou o coração da
bailarina pagã.
O Bispo Nono, durante a
noite, ora ardentemente ao Senhor pela
sua conversão.
Ela foi para casa refletindo
sobre as palavras do sermão, lá chorou de arrependimento a noite toda.
No dia seguinte, quando
Nonnus comentava o Santo Evangelho ao curso da Divina Liturgia, Pelágia
encontrava-se na assembléia.
As palavras do Bispo sobre o
julgamento final e a eternidade das penas do inferno penetram no coração da
jovem mulher tal como uma espada
pontiaguda e despertam nela o único e verdadeiro amor, aquele do esposo
celeste.
De retorno ao seu palácio, ela dirige uma carta ao Santo Bispo, pedindo que ele aceitasse recebê-la e que não desprezasse sua torpeza, sendo ele verdadeiramente discípulo daquele que é vindo para chamar “não os justos, mas os pecadores à conversão”
De retorno ao seu palácio, ela dirige uma carta ao Santo Bispo, pedindo que ele aceitasse recebê-la e que não desprezasse sua torpeza, sendo ele verdadeiramente discípulo daquele que é vindo para chamar “não os justos, mas os pecadores à conversão”
No dia seguinte, procurou o
bispo, que a enviou a uma senhora cristã, para ser preparada para o batismo.
Foi assim que, depois, trocou as roupas e adereços de seda e ouro por uma
túnica branca para ser batizada.
Dias depois Pelágia deu a
Nono toda sua fortuna e bens que entregou ao tesoureiro da igreja para ele usar
com viúvas e órfãos. À noite, com autorização dele, Pelágia trocou sua
túnica por uma de penitente e abandonou Antioquia. Foi a pé para Jerusalém,
viver como eremita, numa gruta, no Monte das Oliveiras, onde Jesus viveu sua
agonia da Paixão.
Mas quando chegou estava
vestida como homem, para evitar que sua beleza perturbasse os outros anacoretas
da pequena comunidade. E viveu sendo chamada de Pelágio, de tal modo que todos
a esqueceram. Quando morreu, os ermitãos que desconheciam sua origem
descobriram que Pelágio era uma mulher. Foi então que reconheceram tratar-se da
bailarina da Antioquia, agora uma simples penitente arrependida, que se anulara
do mundo, no seguimento do Cristo.
O seu culto e sua história
foram muito difundidos no mundo cristão oriental. Chegou ao Ocidente através
das tradições trazidas pelos peregrinos, que na Terra Santa também visitavam a
gruta de santa Pelágia Penitente.
Santa Pelágia Penitente é
considerada a padroeira dos cômicos e das atrizes.
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