Chegamos ontem às quatro e
meia da tarde. O meu irmão, que estava na estação à nossa espera, ficou
radiante quando nos viu. Ele e a mulher fazem o quanto podem para nos arranjar
distrações.
Hoje, domingo, há uma bela
recepção aqui em casa, à noite, em nossa homenagem. Amanhã, segunda-feira,
haverá um grande banquete na casa da senhora Maudelond e, possivelmente, um
passeio de carro à casa de campo da senhora Fournet.
As pequenas andam
encantadas. Se o tempo estivesse bom, seria para elas o auge da felicidade. Mas
eu sou mais custosa de desarmar. Nada disso me interessa! Ando exatamente como
os peixes que tu tiras para fora da água: já não estão no seu ambiente, não
lhes resta senão morrer. Creio que era o que me aconteceria se a minha permanência
aqui tivesse sido prolongada…
Acompanho-te em espírito
a toda hora. Digo para mim mesma: “Neste momento está a fazer isto ou
aquilo”.Quanto me tarda ver-me junto de ti, meu querido Luiz! Amo-te de todo o
meu coração e sinto que o meu afeto aumenta com a privação da tua presença que
tanto sinto. Seria impossível para mim viver separada de você.
Esta manhã assisti a três
missas. Fui às das seis, fiz a ação de graças e rezei as minhas orações durante
a das sete, e voltei à missa cantada.
O meu irmão não está
descontente com os negócios que não vão mal. Diz a Leônia e a Celina que lhes
mando muitos beijos saudosos e que levarei para elas uma lembrança de Lisieux.
Verei se é possível
escrever-te amanhã, mas não sei a que horas voltaremos de Trouville.
Escrevo com muita
pressa porque estão à minha espera para ir fazer visitas. Regressamos na
quarta-feira à tarde, às sete e meia. Como me parece distante! Beijo-te com
muito amor. As filhinhas recomendam-me que te diga que estão muito contentes
por terem vindo a Lisieux e que te mandam muitos beijos
(Carta de Zélia a Luiz, de
31 de agosto de 1873)
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