Os religiosos de Calábria assinalaram um traço especial na
fisionomia de seu Pai Bruno: "Sempre estava com cara alegre…".
Tocamos aqui, ao que parece, um ponto essencial na atitude
espiritual de nosso Santo: alegria, ação de graças. A carta aos monges da
Cartuxa extravasa estes sentimentos:
"Alegrai-vos, pois, meus caríssimos irmãos, por vossa ditosa
sorte e pela liberal mão da graça de Deus para com vocês… Alegrai-vos por ter
atingido o repouso calmo e seguro do mais resguardado porto, que não se
concedeu a outros muitos pese a seus desejos e esforços".
Não está ausente também o tema do gozo espiritual na carta a Raúl
Lhe Verd. O pensamento das alegrias da glória eterna trouxe a São Bruno ao
deserto, onde encontrou "o gozo do Espírito Santo".
Para ele, a vida de solidão em Deus se desenvolve ambientada num
profundo gozo da alma. Esta vocação, indubitavelmente, vê-se privada de muitas
satisfações que seriam legítimas em outras formas de vida; mantém-se da fé sem
estimulantes exteriores; pode atravessar por momentos de cruz e por horas de
escuridão. Mas está em posse do maior gozo que pode existir: viver consagrado
exclusivamente a dar glória a Deus.
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