Irmão, servo de
Deus: Pratique ... a delicadeza." Os mártires da Companhia de Maria,
Carlos Eraña, Fidel Fuidío e Jesús Hita, por sua fé e dedicação à educação
cristã de crianças e jovens, seguiram a Cristo à imolação de si mesmos. Como
marianistas, eles aprenderam a amar a Virgem intensamente e ao longo de suas
vidas eles aceitaram sua proteção especial.
Com mansidão, eles
foram em direção ao martírio, o ato supremo de sua rendição a Jesus e Maria e,
como outros que os haviam precedido, eles morreram perdoaram, seguros de
estarem seguindo os passos do próprio Cristo. Que as Comunidades eclesiais do
País Basco e La Rioja, lugares de origem dos novos Beatos, e os de Ciudad Real,
terra que foram regadas com o seu sangue, permaneçam firmes na fé de que
viveram, ensinaram e assinaram com o seu martírio!
Papa
João Paulo II – Homilia de Beatificação – 01 de outubro de 1995
O beato Carlos
nasceu em Aozaraza-Arechavaleta – Espanha, em 2 de novembro de 1884, no seio de
uma família profundamente cristã. Entrou paro o postulantado na Companhia de
Maria de Escoriaza em 1899. Emitiu seus primeiros votos como marianista em 19
de setembro de 1903. Desde 1904 se encarregou da educação cristã dos meninos
nos diversos centros da congregação na Espanha. Foi professor de ensino
primário em Escoriaza, Villafranca de Oria e Madri. E logo desempenhou
exemplarmente o cargo de diretor dos Colégios de Ciudad Real, Tetuán-Marrocos,
e Madri no Colégio de Nossa Senhora do Pilar, de 1933 até a sua morte.
Como educador
conseguiu a estima e o afeto tanto dos alunos como de suas famílias,
conseguindo que cada colégio fosse uma comunidade educativa. Como diretor
cuidou especialmente da formação dos professores marianistas, a maioria muitos
jovens.
Carlos Eraña é
considerado justamente como um dos maiores pedagogos da primeira geração de
marianistas espanhóis.
Em 24 de julho de
1936, o Colégio de Pilar, onde residia, foi invadido por um grupo de
milicianos, com a disposição de dispersão da comunidade religiosa. Carlos Eraña
foi detido duas vezes e logo posto em liberdade. Quando viu que em Madri sua
vida corria perigo e que ali não podia fazer nada de útil para o colégio ou
para a comunidade, decidiu ir para Ciudad Real pensando que algum antigo aluno
poderia protegê-lo.
Depois de uma
viagem bem acidentada e de um nova detenção em Alcazar de San Juan chegou a
Ciudad Real em 29 de julho. Lá encontrou as comunidades marianistas dispersas e
os colégios fechados. Imperava um clima de violenta perseguição religiosa
contra sacerdotes, religiosos e católicos. Viveu neste ambiente de prova por um
mês, conservando sempre a serenidade de espírito. Apenas dizia: "Seja o
que Deus quiser". Movido pela caridade e manifestando-se sempre como religioso,
tratou valentemente de ajudar aos marianistas escondidos em diversos lugares da
cidade. Em 6 de setembro foi preso pelos milicianos e foi levado para a
"Casa do Povo", onde permaneceu 12 dias em completo isolamento.
Consciente do perigo
que corria, viveu esses momentos em completa paz, totalmente entregue a vontade
de Deus. Um dia antes de sua morte manifestou o desejo de confessar-se. E na
madrugada de 18 de setembro foi tirado de sua improvisada cela e fuzilado em
Alarcos, a poucos quilômetros da capital, Madri.
Foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 01 de outubro de 1995.
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