Este trecho é mais
para contemplar do que para refletir: Maria aos pés da cruz de Jesus. Sim, contemplar
a mãe de Jesus, contemplar este sinal de contradição, porque Jesus é o
vencedor, mas na cruz. E esta, é uma contradição, não se compreende: é preciso
ter fé para compreender ou pelo menos para se aproximar deste mistério. E a mãe
de Deus sabia, porque viveu toda a vida com a alma trespassada, já Simeão o
tinha dito.
E seguia Jesus e
ouvia as palavras que o povo dizia: Como é grande! — Mas isto não é de Deus! — Este
não, não é um verdadeiro crente!
Maria ouvia tudo:
todas as palavras a favor e contra Jesus.
Contudo Maria, estava
sempre atrás do seu Filho: por isso dizemos que é a primeira discípula. E sempre
com a preocupação que este sinal de contradição fazia surgir no seu coração.
Sempre, até ao fim
esteve ali, de pé, olhando para o Filho. E talvez ela tenha ouvido os
comentários: Olha, aquela é a mãe de um dos três delinquentes. Mas ficou calada:
é a mãe, não renegou o Filho, expôs-se pelo Filho.
O que estou a dizer
são simples palavras para ajudar a contemplar, em silêncio, este mistério:
naquele momento, ela deu à luz todos nós, deu à luz a Igreja.
E repetindo as
palavras do Evangelho de João, observemos que Jesus chama a sua mãe mulher e
lhe diz eis os teus filhos. Sim, Jesus não diz “mãe”, diz “mulher”. E Maria é
uma mulher forte, corajosa: uma mulher que estava ali para dizer este é o meu
Filho: não o renego.
Vamos apenas, em
silêncio, a contemplar, a olhar: que seja o Espírito Santo a indicar a cada um
de nós aquilo de que temos necessidade.
Papa
Francisco – 15 de setembro de 2017
Hoje celebramos
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