A cruz de Cristo, o pão eucarístico, a meditação da Palavra de Deus foram as estrelas que guiaram a vida do missionário José Freinademetz.
"Então,
eles partiram e pregaram por toda a parte" (Mc 16, 20). Assim o
Evangelista Marcos conclui o seu Evangelho. Acrescenta, em seguida, que o Senhor
não cessa de acompanhar a atividade dos Apóstolos com o poder dos seus
prodígios. Destas palavras de Jesus fazem eco as palavras cheias de fé de São
José Freinademetz: "Não considero a vida missionária como um sacrifício
que ofereço a Deus, mas como a maior graça que Deus me poderia ter dado".
Com
a tenacidade típica de um montanhês, esta generosa "testemunha do
amor" fez de si mesmo um dom às populações chineses no Shandong
meridional. Abraçou por amor e com amor a sua condição de vida, segundo o
conselho que ele mesmo dava aos seus missionários: "O trabalho missionário
será em vão, se não amarmos e se não formos amados". Modelo exemplar de
inculturação evangélica, este Santo imitou Jesus, que salvou os homens
compartilhando profundamente a sua existência.
Papa
João Paulo II – Homilia de Canonização – 05 de outubro de 2003
Giuseppe
(José) Freinadmetz nasceu no dia 15 de Abril de 1852, em Oies (Bolzano), um
pequeno aglomerado de casas nas Dolomitas, do Norte de Itália. Foi batizado no
dia em que nasceu e herdou da família uma fé simples e tenaz e uma grande
capacidade de trabalho.
Enquanto estudante de Teologia no Seminário
Diocesano de Bressanone (Brixen), ele começou a pensar em dedicar a vida ao
serviço das missões. Foi ordenado sacerdote no dia 25 de Julho de 1875 e
encarregado da Paróquia de São Martinho (St. Martin di Badia), muito próximo da
casa paterna, onde muito rapidamente conquistou os corações da sua gente. No
entanto, o apelo ao serviço da missão não o abandonou. Dois anos após a
ordenação entrou em contacto com o Padre Arnaldo Janssen, Fundador da casa de
Steyl, que ficaria a conhecer-se como Congregação do Verbo Divino.
Com a autorização do Bispo, José deixou a
paróquia e dirigiu-se a Steyl, na Holanda, no mês de Agosto de 1878. No dia 2
de Março de 1879 recebeu a cruz missionária e partiu para a China com o Padre João
Baptista Anzer, outro missionário do Verbo Divino. Cinco semanas mais tarde,
chegavam a Hong Kong, onde ficaram dois anos preparando-se para a etapa
seguinte. Em 1881 partiram para a nova missão no Shantung do Sul, uma província
com 12 milhões de habitantes e somente 158 cristãos.
Os próximos dois anos foram marcados por
duras e longas viagens, assaltos de bandidos e as dificuldades na formação das
pequenas comunidades cristãs. Logo que uma comunidade começava a organizar-se,
uma ordem do Bispo obrigava-o a deixar tudo e a começar de novo.
José aprendeu desde muito cedo a importância
de um laicado empenhado, especialmente dos catequistas, para o trabalho da
primeira evangelização. Dedicou muita energia à formação dos Leigos e preparou
um manual para a catequese em Chinês. Ao mesmo tempo, juntamente com Anzer, que
se tornara bispo, ele dedicou grande esforço à preparação, animação espiritual
e formação permanente de sacerdotes chineses e de outros missionários.
A sua vida esteve marcada pelo desejo de se
transformar num Chinês entre os Chineses e nesse espírito escrevia à família:
«Eu amo a China e os Chineses; eu quero morrer e ser sepultado entre eles».
Externamente ele se em converte em chines e transforma também o seu nome em "Fu Jo-shei Shenfu", abreviado "Fu Shenfu" - Sacerdote da Felicidade.
Em 1889 Freinadmetz adoeceu gravemente de uma
laringite e teve um início de tuberculose, devido ao excesso de trabalho e a
outros sofrimentos. A insistência do Bispo e dos confrades, ele saiu para o
Japão para descansar, na esperança de que recuperasse a saúde. Ele nunca mais
se recompôs totalmente e voltou ao trabalho missionário na China.
Quando no ano de 1907, o bispo empreendeu uma
viagem à Europa, Freinadmetz assumiu o lugar de Administrador da Diocese.
Durante esse período surgiu uma epidemia de tifo. José, como um bom pastor
oferecendo ajuda onde podia, visitava as muitas comunidades até que ele próprio
foi infectado. Dirigiu-se a Taikia, sede da Diocese, onde morreu no dia 28 de
janeiro de 1908. Ele foi sepultado junto da duodécima estação da Via Sacra e o
seu sepulcro transformou-se rapidamente num centro de peregrinação para os
cristãos.
Freinadmetz aprendeu a descobrir a grandeza e
beleza da cultura chinesa e a amar profundamente o povo a quem fora enviado.
Dedicou a sua vida à proclamação do Evangelho do amor de Deus por todos os
povos e à encarnação deste amor na formação das comunidades cristãs da China.
Animou essas comunidades a abrirem-se em solidariedade com os povos vizinhos.
Encorajou muitos Chineses a tornarem-se missionários entre o seu povo como
catequistas, religiosos, irmãs religiosas e sacerdotes. A sua vida era bem a
expressão deste dito seu: «A linguagem que todo o mundo entende é a linguagem
do amor».
"A oração é nossa força, nossa espada, nosso consolo e a chave do paraíso."
"Em meio aos perigos permaneçamos tranquilos e confiemos na Providência do céu que vela por nós dia e noite."
"Tomemos a vida como o que é na realidade: um plantio para a eternidade."
"O pouco que nós fazemos não é nada em comparação com o que o bom Deus tem feito por nós."
"A oração e a alegria tornam possível a verdadeira virtude."
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