É
precisamente a missão de uma Igreja inserida em nosso tempo, em que tanta
importância assumiu as estruturas e meios de comunicação, que despertou em
Timóteo Giaccardo, filho da diocese de Alba, no Piemonte, desejo de se colocar radicalmente ao serviço da
Palavra, através da imprensa e de todas as novas formas de transmissão de
ideias.
Diante
de um mundo em que a fé enfrenta dificuldades e perigos de todos os tipos, que
põe em perigo a própria sobrevivência de
muitas almas, Timóteo Giaccardo, o primeiro discípulo do padre Alberione,
interpretou a fidelidade à vocação sacerdotal assumindo o papel de trabalhar
para um anúncio que alcance uma difusão mais ampla e mais incisiva entre os
irmãos através da imprensa. Assim, ele propôs espalhar o Evangelho e os
ensinamentos da Igreja com os meios modernos de comunicação social, entendidos
como o principal e típico apostolado do mundo moderno: e isso em fidelidade
absoluta ao Magistério da Igreja, na vida espiritual alimentada pela adoração e
devoção eucarística diária, ao amor a Nossa Senhora, nos exemplos persuasivos
de uma humildade e doçura, o que o tornou querido para toda a família paulina.
Hoje, no setenta e cinco anos de sua fundação, encontra-se o ideal para
procurar a continuação da missão que lhe foi confiada pelo Pe. Alberione.
"O
Mestre divino deve reinar sobre tudo, tudo deve ser dado a todos: com o seu
Evangelho às mentes; com a Sua Santidade à vontade e aos costumes; com o
coração dele para os corações; com a Cruz para o corpo; com sua Oração e sua
Eucaristia ao espírito e à vida através do apostolado das Edições". Isto ele escreveu, e neste projeto ele santificou sua
vida, na consciência de que a vocação missionária da Igreja pode e deve assumir
a responsabilidade pela difusão do Evangelho, não só em todos os lugares, mas
também no contexto social e moral de todas as maravilhosas invenções técnicas
que, especialmente em nosso tempo, a engenhosidade humana conseguiu extrair da
criação, como o Conselho sublinhou, há exatamente vinte e cinco anos, no
decreto "Inter Mirifica".
Mesmo
as maravilhas das comunicações sociais modernas são "lugar" e "voz"
que incorporam a mensagem da palavra revelada, um instrumento que os apóstolos
devem usar para que a fé e a recepção da salvação não falhem quando o Filho do
Homem chegar para cumprir o destino do homem.
Papa
João Paulo II – Homilia de Beatificação – 22 de outubro de 1989
Giuseppe
Timóteo Giaccardo nasceu em 13 de julho de 1896 em Narzole, diocese de Alba, na
Itália. Os pais, pobres e tementes a Deus, batizaram-no no mesmo dia do
nascimento. Deram-lhe como primeiro nome Giuseppe (José), motivo por que será
chamado familiarmente de ‘Pinotu’ (Zezinho). O nome de Pe. Timóteo lhe será
conferido, como então se usava para os religiosos, no dia 30 de julho de 1920,
por ocasião da renovação dos seus votos.
Pe.
Aberione, fundador da Família Paulina, o escolheu para ser o primeiro sacerdote
da recém fundada congregação com o nome do primeiro discípulo fiel de São
Paulo.
No
mês de maio de 1908, José encontrou pela primeira vez o Pe. Alberione. Tal
encontro definiu toda a sua vida. Tinha apenas doze anos. Pe. Alberione
escreve: “Mandado pelo bispo para ajudar, no domingo, o pároco de Narzole, fraco
de saúde, notei imediatamente, entre os meninos que frequentavam a Igreja, o
pequeno José, pela sua piedade, seriedade quase superior aos anos, amor ao
estudo, vivacidade, sempre contida nos limites de uma alegre inocência. De
manhã, com seu amigo, que mais tarde se tornou missionário na África, chegava à
igreja ainda fechada para ajudar na missa e para comungar”.
No
dia 19 de outubro de 1919, Timóteo Giaccardo foi ordenado sacerdote. Sua
ordenação marcou a história da Família Paulina: era o primeiro sacerdote do
novo Instituto Pia Sociedade de São Paulo. A sua ordenação sacerdotal não
somente confirmava as bênçãos de Deus sobre a nova obra, mas declarava que
o “apostolado das edições” é na Igreja e para a Igreja um ministério
sacerdotal. Ele era o primeiro padre paulino que fora ordenado expressamente
para um ministério novo na Igreja.
Naquela
noite inesquecível, Pe. Giaccardo escrevia: “Maria, eu te amo com o amor de
Jesus sacerdote. Quanto me é doce dizer-te isto. Sim, com o amor de Jesus, do
qual tu me revestiste, me incorporaste, que infunde em mim a sua vida
eucarística, da qual descende o meu sacerdócio”.
“Subi ao altar levando o ideal do meu
tempo de clérigo: ‘Não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim’.
Para mim é muito agradável recordar, agradecer de forma explícita, Nossa
Senhora, já que todo sacerdote sai do seu coração; e eu dele saí com uma
superabundância de afetos, de cuidados, de providência, de graça, de vida”.
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