Fabiano,
20º Papa da Igreja, foi um dos papas
mais respeitados e bem dotados dos primeiros séculos. Cipriano de Cartago o descreveu como
respeitável e o louvou pela integridade de sua administração. A sua eleição tem
uma história surpreendente.
Relata
Eusébio de Cesareia na sua História Eclesiástica: “Fabiano, depois da morte de
Antero, veio do campo com outros companheiros e estabeleceu-se em Roma. Ali, de
modo muito extraordinário, através de uma graça divina e celeste, foi por sorte
designado bispo.
Ao
estarem reunidos todos os irmãos para a eleição do que devia assumir o
episcopado, veio à mente da maioria o nome de muitos homens célebres e
notáveis; ninguém pensara em Fabiano, que se achava presente. Narra-se que de
repente desceu do alto céu uma pomba e pousou na cabeça dele, à imitação da
descida do Espírito Santo sobre o Salvador em forma de pomba.
Diante
do fato, o povo todo, movido de certo modo por um espírito divino, com um só
impulso e uma só alma, exclamou que ele era digno. Sem demora, apossaram-se
dele e fizeram-no ocupar o trono episcopal.”
Nascido
no ano 200 em Roma, quando o Império Romano começava a demonstrar mais
tolerância com o cristianismo e, inclusive, alguns de seus imperadores
passariam a tender para o lado da doutrina católica.
Com
rara habilidade administrativa, ele reorganizou o clero local dividindo a
crescente Igreja romana em sete distritos eclesiásticos, com um diácono,
ajudado por um subdiácono e seis assistentes subalternos, encarregado de cada
distrito. Também supervisionou numerosos projetos de construção nos cemitérios
e providenciou que os corpos do papa Ponciano e do antipapa Hipólito fossem
trazidos de volta do exílio. Ele devia ter alguma influência na corte, pois
raramente os corpos dos deportados podiam ser trazidos de volta à Roma.
Seu
pontificado durou quatorze anos e foi quase todo tranquilo, sem perseguições,
mas com a subida ao poder do imperador Décio, iniciou-se uma violenta
perseguição aos cristãos.
Preso,
Fabiano foi um dos primeiros a morrer devido às brutais torturas recebidas na
prisão, aos 50 anos de idade, após 14 anos de papado, no dia 20 de janeiro de
250. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Calisto.
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