São Pedro
Nolasco nasceu por volta de 1190. Era admirável a compaixão que Pedro, ainda
criança, revelava pelos pobres. A miséria causava-lhe tanta tristeza, que os
pais, querendo consolá-lo, davam-lhe dinheiro para que ajudasse aos pobres.
Mais tarde, quando estudante, repartia com os pobres tudo que recebia dos pais.
Pedro tinha 15
anos quando perdeu o pai. A mãe, desejando ter uma auxiliar no governo da casa,
insistiu com Pedro para que estabelecesse família, ao que este se opôs
terminantemente. Mais ainda: fez os votos de castidade e de pobreza, com o
propósito de repartir os bens entre os pobres.
A França,
naquela época, estava tomada por sérias desordens que infestavam todo o
território sul, dentre as quais os abusos dos albigenses (facção maniqueísta
que se alastrou pelo país). Após tomar parte nas cruzadas contra os hereges
albigenses no sul da França, tornou-se o tutor do Rei James I de Aragon
(1213-1276) e radicou-se em Barcelona.
Nesta ocasião
pode observar a tristíssima sorte dos cristãos que tiveram a infelicidade de
cair no poder dos muçulmanos, que corriam grande perigo de perder a fé. Diante
disto Pedro aplicou toda a sua fortuna no resgate daqueles infelizes, mas como
a quantidade de escravos era enorme, acabou tendo de recorrer à caridade de
outras pessoas que também contribuíram com elevadas somas para a redenção dos
pobres cativos.
Em primeiro de
agosto de 1223, Pedro teve uma revelação da Santíssima Virgem, a qual mostrando
grande satisfação pelo bem que fizera aos cristãos, deu-lhe a ordem de fundar
uma congregação com o fim determinado da redenção dos cativos. Pedro comunicou
este fato a São Raimundo de Penaforte, seu confessor e ao Rei Jaime, e grande
surpresa teve, quando deles soube, que ambos, na mesma noite, haviam tido a
mesma aparição. Tendo assim tão claramente a revelação da vontade divina, Pedro
sem demora pôs mãos à obra.
Alem
dos três votos necessários a um religioso os “mercedários” tinham ainda o
quarto voto que era o de se trocar por um outro escravo preso, se fosse o caso.
A não ser isto, as regras eram as mesmas da Ordem de Santo Agostinho.
São Raimundo de
Penaforte, por sua vez, organizou as constituições da regra da nova ordem, e
impôs a Pedro o hábito nomeando-o primeiro Superior. A nova instituição teve
grande acolhimento da parte do povo e com Raimundo, mais dois fidalgos
receberam o hábito.
A nova regra
obteve, já em 1235, a aprovação da Santa Sé. Durante o espaço de trinta e um
anos dirigiu os destinos da Ordem, e por milhares contaram-se os cristãos que
lhe deveram a libertação do cativeiro mourisco.
Grande desejo
tinha de visitar o túmulo do apóstolo
São Pedro, a quem dedicava especial devoção. Quando, na hora das matinas
apresentou a Deus o pedido de ver realizado esse desejo, apareceu-lhe São
Pedro, fazendo-lhe ver que não era a vontade de Deus que fizesse aquela viagem.
Pedro contentou-se inteiramente com esta resposta.
Pedro ficou preso por uns tempos na Argélia para servir como
prisioneiro em lugar de um outro cristão e durante sua jornada para Granada e
Valência conseguiu libertar das prisões mouras cerca de 400 cristãos cativos.
Aposentando-se em 1249 devido a sua saúde, foi substituído como Prior da Ordem
por William de Bars.
Pedro Nolasco morreu em
25 de dezembro de 1256 e foi canonizado em 1628 pelo Papa Urbano VIII.
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