Etimologicamente os nomes
"Aquiles" e "Nereu", de origem grega, significam
respectivamente "força" e "me pertence".
Irmãos, ambos eram soldados
servindo junto ao tribunal militar durante o governo do imperador Diocleciano.
Tempo de grandes ataques contra os seguidores de Cristo. No entanto,
quanto mais aumentava o martírio, tanto mais florescia o cristianismo revestido
com a força do testemunho vivo da verdade cristã.
Aquiles e Nereu eram
soldados que se encontravam em meio a espadas, sangue e guerra quando
converteram-se ao cristianismo. Diante disso, o dilema que se lhes apresentava
não era fácil: se por um lado, renegassem sua fé e adorassem os ídolos, se
livrariam da morte. Por outro, se abandonassem o exército, seriam mortos, já
que as regras militares eram muito rigorosas nesse sentido.
Inflamados, porém, pela
lembrança de Jesus Crucificado e das convicções que lhes enchia o coração, não
era difícil prever o inevitável desenlace por amor a Deus e à Igreja.
Cumpriam perfeitamente com seu dever de militares, mas passaram a se apresentar
como dois jovens fervorosos, fazendo orações ao Deus dos cristãos, tornando-se
comunicadores exemplares da Palavra de Deus.
Finalmente decidiram
abandonar o exército. Não tardou que fosse decretado o exílio na ilha de Ponza,
onde permaneceram ambos a serviço de Flávia Domitila, sobrinha do cônsul
Flávio Clemente, com a qual partilharam as tribulações advindas pelas ordens
imperiais.
O historiador Eusébio diz
que esta nobre dama de Roma fora enviada ao desterro por ordem de Domiciano
porque também proclamara sua fé em Jesus Cristo. Segundo São Jerônimo "o
exílio foi tão cruel e longo que isto por si só já lhes serviria de
martírio". Foram condenados à morte, entregando gloriosamente a
alma pelo fogo e pela espada.
O Papa São Dâmaso escreveu
no ano 400 a seguinte inscrição na tumba dos dois mártires:
"Nereu e Aquiles
pertenciam ao exército do imperador. Porém, se negaram a cumprir
certas ordens que a eles pareciam cruéis. Ao converter-se ao cristianismo
abandonaram toda violência e preferiram ter que abandonar o exército antes que
ser cruéis com os outros. Proclamaram seu amor a Cristo nesta terra e
agora gozam da amizade de Cristo na eternidade".
O Sepulcro dos santos
conserva-se no cemitério de via Ardeatina, onde há uma Basílica edificada em
sua honra.
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