No evangelho vemos
representadas, de certo modo, duas formas diferentes de conhecer Cristo. O
primeiro consistiria num conhecimento externo, caracterizado pela opinião
corrente. À pergunta de Jesus: Quem
dizem os homens que é o Filho do Homem? os discípulos respondem: Uns dizem que é João Batista; outros, que é
Elias; e outros, que é Jeremias ou algum dos profetas. Isto é, considera-se
Cristo como mais um personagem religioso junto aos que já são conhecidos.
Depois, dirigindo-se pessoalmente aos discípulos, Jesus pergunta-lhes: E vós, quem dizeis que Eu sou? Pedro
responde formulando a primeira confissão de fé: Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo. A fé vai mais longe que os
simples dados empíricos ou históricos, e é capaz de apreender o mistério da
pessoa de Cristo na sua profundidade.
A fé, porém, não é
fruto do esforço do homem, da sua razão, mas é um dom de Deus: És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não
foi a carne nem o sangue que lhe revelou, mas o meu Pai que está no Céu.
Tem a sua origem na iniciativa de Deus, que nos desvenda a sua intimidade e nos
convida a participar da sua própria vida divina. A fé não se limita a
proporcionar alguma informação sobre a identidade de Cristo, mas supõe uma
relação pessoal com Ele, a adesão de toda a pessoa, com a sua inteligência,
vontade e sentimentos, à manifestação que Deus faz de Si mesmo. Deste modo, a
pergunta de Jesus: E vós, quem dizeis
que Eu sou? no fundo está impelindo os discípulos a tomarem uma decisão
pessoal em relação a Ele. Fé e seguimento de Cristo estão intimamente
relacionados.
E, dado que supõe
seguir o Mestre, a fé tem que se consolidar e crescer, tornar-se mais profunda
e madura, à medida que se intensifica e fortalece a relação com Jesus, a
intimidade com Ele. Também Pedro e os outros apóstolos tiveram que avançar por
este caminho, até que o encontro com o Senhor ressuscitado lhes abriu os olhos
para uma fé plena.
Papa
Bento XVI – 21 de agosto de 2011
Hoje celebramos:
São Pedro Damião
São Pedro Damião
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