A Igreja hoje
proclama a glória de Deus manifestada na santidade da vida de Egídio Maria
de São José. Autêntico filho espiritual de São Francisco de Assis, Egídio
desenhou a partir da contemplação dos mistérios de Cristo o ardor de uma
instituição de caridade sem limites, inspirando o seu próprio caminho
espiritual para a humildade da Encarnação e a gratuidade da Eucaristia.
Ele foi capaz de
estar atento às necessidades das pessoas que ele conheceu tanto na realização
das tarefas mais humildes na vida fraterna quanto no serviço aos
pobres. Em suas andanças diárias pelas ruas de Nápoles, onde viveu por
muito tempo, ele trouxe a palavra evangélica de reconciliação e paz em
um ambiente marcado por tensões sociais e por situações de extrema pobreza,
tanto econômica quanto espiritual.
Ninguém foi
excluído de sua atenção atenciosa. Manifestava calor espiritual com a
exortação do Evangelho: "Ame a
Deus, ame a Deus”. Assim, convidando todos à conversão do coração em
direção a Deus "misericordioso e compassivo, lento para a cólera, cheio de amor e
fidelidade" (Ex 34, 6) que, como proclamamos hoje na passagem do
Evangelho "Tanto amou o mundo que lhe deu seu Filho único" (Jo 3,
16).
A mensagem que
recorda o amor e fidelidade de Deus é extremamente oportuna! O mundo
precisa urgentemente acreditar no amor de Deus! Santo Egídio mereceu, com
sua humilde e feliz existência, o nome de "Consolador
de Nápoles". Sua memória ainda hoje está viva e seu exemplo
convida os cristãos do nosso tempo a viver plenamente o Evangelho das Bem Aventuranças,
respondendo com santidade ao amor de Deus, derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo.
Papa
João Paulo II – Homilia de Canonização - 02 de junho de 1996
Santo Egídio Maria
de São José nasceu em Taranto, uma cidade do sul da Itália, no dia 16 de
novembro de 1729, foi batizado com o nome de Francisco Antônio.
Tendo recebido de
seus pais – humildes artesãos – uma educação religiosa esmerada, o pequeno
Francisco cresceu fazendo frequentemente a comunhão, cultivando desse modo uma
particular devoção por Jesus sacramentado; cultivava também a devoção à Nossa
Senhora, mediante a recitação frequente do terço e que marcava o seu dia-a-dia.
É provável que
nunca tenha ido à escola, pois ainda muito jovem teve que encontrar um emprego
para ajudar no ganha-pão da família.
Quando completou
dezoito anos, seu pai veio a falecer; apesar da grande tristeza, ele teve que
se dedicar aos trabalhos para sustentar a família que, de pobre que era, havia
se tornado paupérrima. Sua mãe posteriormente contraiu novas núpcias e com
isso, Francisco se tornou livre para perseguir seu grande sonho: entrar na vida
religiosa.
De fato, aos 24
anos, ele entra, como irmão leigo, nas fileiras dos Frades Menores Alcantarinos
de Taranto. Após fazer seu noviciado, tomou o nome de Frei Egídio da Mãe de
Deus e, depois do período de provação, ao fazer sua profissão solene, tomou o
nome de Frei Egídio Maria de São José.
Depois de algum
tempo, Frei Egídio foi destinado ao convento de São Pascoal, na cidade de
Nápoles. A cada dia, na porta desse convento, chegavam inúmeros pobres que ao
se depararem com a bondosa acolhida de Egídio começaram a espalhar sua fama em
toda Nápoles.
Por causa de sua
atividade pastoral junto aos doentes e moribundos que, diante de sua presença,
encontravam consolo e paz, foi chamado de o “consolador de Nápoles”.
Muitos o procuravam
para pedir conselhos e suplicar orações ao Senhor. Efetivamente, quando Frei
Egídio chegava ao seu convento, ia aos pés da estátua de Nossa Senhora para
chorar e implorar graças aos doentes, aos pobres, desesperados, enfim, todos
aqueles que havia encontrado na estrada durante seu ministério.
Com frequência, as
testemunhas em seu processo de canonização relataram prodígios e milagres
ocorridos mediante a intercessão de Frei Egídio: numerosos casos de profecias,
curas inesperadas, multiplicação de alimentos e tantos outros sinais.
Frei Egídio Morreu
no dia 7 de fevereiro de 1812 e toda a cidade de Nápoles foi ao encontro do
féretro para prestar as últimas homenagens, tal era o apreço que se nutria por
“Fra Egidio”, o consolador de Nápoles. No dia 2 de junho de 1996, São João
Paulo II o canonizou.
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