Na sua narração da
infância de Jesus, são Lucas ressalta o modo como Maria e José eram fiéis à Lei
do Senhor. Cumprem com profunda devoção tudo aquilo que é prescrito depois do
parto de um primogênito varão. Trata-se de duas prescrições muito antigas: uma diz
respeito à mãe, e à outra ao menino recém-nascido. Para a mulher é prescrito
que durante quarenta dias se abstenha das práticas rituais e que depois ofereça
um sacrifício dúplice: um cordeiro em holocausto e uma rola ou um pombo pelo
pecado; mas se a mulher é pobre, pode oferecer duas rolas ou dois pombos.
São Lucas esclarece
que Maria e José oferecem o sacrifício dos pobres, para evidenciar que Jesus
nasceu numa família de pessoas simples, humildes, mas muito fiéis: uma família
pertencente àqueles pobres de Israel que formam o verdadeiro povo de Deus. Para
o primogênito varão, que segundo a Lei de Moisés é propriedade de Deus,
prescrevia-se ao contrário o resgate, estabelecido na oferta de cinco siclos, a
serem pagos a um sacerdote em qualquer lugar. Isto, em memória perene de que,
na época do Êxodo, Deus salvou os primogênitos dos judeus.
É importante
observar que para estes dois gestos — a purificação da mãe e o resgate do filho
— não era necessário ir ao Templo. No entanto, Maria e José querem cumprir tudo
em Jerusalém, e são Lucas mostra como toda esta cena converge para o Templo, e
portanto está centrada em Jesus que entra no Templo. E eis que, precisamente
através das prescrições da Lei, o acontecimento principal se torna outro, ou
seja, a apresentação de Jesus no Templo de Deus, que significa o gesto de
oferecer o Filho do Altíssimo ao Pai que O enviou.
Papa Bento XVI – 02 de
fevereiro de 2013
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