quarta-feira, 18 de outubro de 2017

18 de outubro - São Lucas Evangelista

Lucas é um homem que se entusiasmou pela pessoa e pelo projeto de Jesus. Ele é um cristão que acredita muito no valor das comunidades. Mas ele não conheceu Jesus pessoalmente. Nem pertencia ao povo judeu. Seu contato com Jesus foi através de missionários e missionárias.

Nos seus escritos, percebe-se que Lucas é uma pessoa muito culta e sensível. Conhece bem as Escrituras e é bom escritor. De acordo com uma antiga tradição ele é médico e companheiro de Paulo em algumas viagens missionárias.

Ele dedica sua obra a Teófilo, que pode ser um padrinho, uma pessoa amiga que apoia financeiramente o seu trabalho. É costume, na época, dedicar a alguém um livro que se escreve. Mas o nome Teófilo pode ser apenas fictício. Ele significa “amigo de Deus”. Quem é este “amigo de Deus” para Lucas?

Lucas escreve em outro lugar, não em Roma como Marcos. Ninguém sabe com certeza onde ele escreve o Evangelho, porque não há informações totalmente seguras a respeito. Mas é certo que é fora da Palestina. A realidade é outra, o povo não é o mesmo, os costumes são outros. As comunidades às quais Lucas escreve são localizadas no mundo do império romano, talvez na região da atuial Grécia ou Turquia, são compostas por pessoas de origem não judaica, pelo menos a maioria.

A época da composição do Evangelho de Lucas é dos anos 80. Talvez pelos anos 85. Após o Evangelho, Lucas escreve também os Atos dos Apóstolos. Os dois livros formam uma obra em dois volumes.
(Hoje a Salvação Entra nesta Casa – CNBB)

Segundo a Tradição da Igreja, São Lucas, evangelista e patrono dos pintores e médicos,  é o autor do terceiro livro dos evangelhos que tem o seu nome e do Atos dos Apóstolos.

São Lucas é tido como sendo um grego da atual Turquia, que era medico conforme uma passagem em Colossenses (4,14) na qual São Paulo descreve Lucas como “amado médico”. 
Um convertido na nova fé, ele acompanhou São Paulo na sua segunda jornada missionária em torno dos anos 51 e permaneceu 6 anos em Filipos, na Grécia e foi na terceira jornada com Paulo, que incluiu o famoso naufrágio as costas de Malta. Ele permaneceu com Paulo durante sua prisão. Paulo escreveu três vezes sobre Lucas no Novo Testamento: em Colossenses, em Timóteo e em Filemon. É possível deduzir a presença de Lucas com Paulo nas jornada missionárias pelas varias passagens no Atos dos Apóstolos. Em 66, Lucas voltou para a Grécia onde se acredita que veio a falecer com a idade de 84 anos “repleto do Espírito Santo”.

Vários “Atos” relatam que foi martirizado, embora muitos acreditem que isto seriam lendas não confiáveis. Ele é tido como tendo visitado a Virgem Maria e se acredita que ele teria pintado vários quadros da Virgem Maria em especial o lindo quadro conhecido como o de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Seu trabalho estaria preservado em Roma na “Basílica de Santa Maria Magiore”, embora as datas das pinturas sejam bem depois dos tempos apostólicos. O seu evangelho definidamente foi escrito para os gentios.

Um dos aspectos mais interessantes de Lucas é que frequentemente fazia a justaposição de um história de um homem com a de uma mulher. Por exemplo, a cura de um endemoniado (Lc 4,31-37) e seguida da cura da sogra de Pedro (4,39-39) , o escravo do centurião é curado(7,1-11) e o filho da viúva de Naim é curado, o geraseno endemoniado é curado (8,26-39) seguido pela cura da filha de Jairo e da mulher com hemorragia (8,40-56).

Lucas também menciona as mulheres que assistiam Jesus no seu ministério (8,1-3) Assim diferente de todos os outros evangelistas São Lucas descreve um Jesus que se preocupa com o cuidado e a salvação das mulheres. Talvez por isso, provavelmente Lucas teria aprendido muito a respeito de Jesus com a Virgem Maria. Somente ele e Mateus descrevem elementos obscuros ou escondidos da vida privada de Jesus, antes de Seu ministério público.

Lucas enfatiza a misericórdia e o amor de Deus para com a humanidade. Ele é o único que descreve a parábola da ovelha perdida, do Bom Samaritano, do filho pródigo, do Rico e Lázaro. Ele é também o único que descreve o perdão de Jesus a Maria Madalena (Lc 7,47), a promessa ao bom ladrão e sua oração para seus executores. Ele é também o único evangelista a registrar a “Ave Maria”, o “Magnificat”, o “Benedictus”, e o “Nunc Dimittis” que são todos usados na Liturgia das Horas. Lucas enfatiza o chamado para a oração, a pobreza, a pureza de coração, o quais teriam um apelo especifico aos gentios.

Lucas também escreveu os “Atos dos Apóstolos” que é também conhecido com “Atos do Espírito Santo”. É uma continuação do que conta em seu evangelho, embora os Atos talvez tenham sido escritos primeiro. De acordo com os escritos de Santo Euzébio e São Jerônimo, os Atos foram escritos durante a prisão de São Paulo, embora Santo Irineu já pense que foram escritos após a morte de São Paulo, lá pelos anos 66. Euzébio diz que o evangelho foi escrito antes da morte de Paulo, Jerônimo diz que foi depois e a tradição antiga diz que foi escrito pouco antes da morte de Lucas, quase no século segundo.

O evangelho teria sido escritos entre 70 e 85 DC, possivelmente na Grécia .Os atos do apóstolos detalham a igreja nos tempos de 35 a 63, demonstrando um estilo de prosa soberbo, e um estilo de quem presenciou a fé.

Certas passagens dos Atos escrito na primeira pessoa do plural, são usualmente usadas para indicar que o escritor estava com São Paulo em parte da sua segunda jornada missionária e sem dúvida na viagem que ambos fizeram a Itália e estavam juntos quando o navio naufragou ao largo da costa de Malta. São Paulo diz nas suas cartas quando preso: “Lucas é a minha única companhia”.

Durante o martírio de Paulo, Lucas nunca saiu do seu lado e  sem dúvida conversava muito com a mãe de Jesus e com São João.


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