deixou de ser místico e grande contemplativo. Tudo aquilo que, de
algum modo, tinha relação com Deus ou com as coisas santas - o som do sino, o
canto litúrgico, a menção dos nomes de Jesus ou de Maria, alguma passagem dos
Evangelhos - facilmente o transportava ao êxtase. E nada o tirava desse estado.
Em vão seus irmãos de hábito tentavam empurrá-lo ou arrastá-lo, depois passaram
a golpeá-lo, espetá-lo com pregos e, por fim, alguns mais impacientes chegaram
a tocar sua pele com brasas. Nada produzia efeito. Por milagre da santa
obediência, somente a voz do superior o trazia de volta à vida comum.
O êxtase às vezes o surpreendia durante a Missa. Voltando a si, São José
retomava o santo sacrifício no ponto preciso em que o havia deixado, sem se
equivocar no cerimonial. Tais eram seus êxtases que certo dia, durante uma
levitação, suas mãos ficaram por cima das chamas de dois tocheiros. Atônitos,
os espectadores ficaram mudos de temor, mas, passado o êxtase, não havia
qualquer sinal de queimadura. Sua Missa durava habitualmente duas horas. Por
vezes, Nosso Senhor lhe recomendava que a abreviasse para ir desempenhar seu
ofício de esmoler. Aconteceu- lhe mesmo de elevar-se e permanecer suspenso no
ar.
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