sábado, 23 de julho de 2016

Beata Margarita Maria López de Maturana

Nasceu em Bilbao, a 25 de Junho de 1884. A sua vida foi a resposta devota e generosa ao chamado de Deus. Foi batizada com o nome de Pilar. Teve uma irmã gêmea, Leonor, com quem manteve toda a vida uma relação afetiva e espiritual muito intensa.
Em 1901, seus pais decidiram mandá-la para o colégio interno das Monjas Mercedárias em Bérriz, pois queriam afastá-la de um noivo que eles não aceitavam. Depois de passar um ano e meio em Bérriz, regressou à casa paterna. O noivo voltou a visitá-la, mas tudo havia mudado... Em Bérriz Margarida descobrira que Deus a chamava para entregar toda sua vida a Jesus e aos demais.
O dom total da sua vida a Deus nasceu de um amor pessoal, profundo e generoso por Jesus Cristo, por quem se apaixonou e a quem queria seguir e fazer conhecer. Entrou no Mosteiro de clausura das Mercês de Bérriz, tomando o nome de Margarita Maria, ali experimentou uma vida de oração na intimidade com Ele.

Duas características principais a distinguem: sua oração e sua caridade. Na vida de oração constante, fiel, em sua intimidade com o Senhor, sua caridade, sua vocação mercedária de redenção dos cativos se foi ampliando e alcançando novos e amplos horizontes. Foi aumentando o seu desejo de fazer chegar ao mundo inteiro a alegria que ela gozava na comunicação com Deus e o amor a Jesus Cristo que sentia crescer mais e mais em seu interior.
Em 5 de maio de 1912 ela escrevia: “Eu não desejo senão dá-lo a conhecer aqueles que Ele me encomendou, que é o mundo inteiro”. Desde então seus desejos de abarcar o mundo inteiro foram dilatando, primeiro na oração e depois em seu trabalho com as alunas do colégio anexo ao mosteiro.

Pelo ano de 1920, começou na Espanha um grande movimento missionário. Chegaram a Bérriz missionários vindos da China e das Ilhas do Pacífico, que traziam os ares de terras e povos também amados por Deus. Margarida vibrava com tudo isto. Sentia que Deus a chamava a fazer algo também a partir do seu convento de clausura.
Naquele ano, com a aprovação da superiora, iniciou no colégio uma associação "Juventude Mercedária Missionária de Bérriz", primeira associação do gênero na Espanha, e através dela formou várias gerações de jovens no espírito missionário, que como religiosas ou como leigas souberam viver o ideal missionário aonde Deus as ia chamando. Com as alunas do colégio organizou rifas, cartas a missões e, em suas orações as necessidades destes povos que sofrem estavam sempre presentes.

Todo este movimento do colégio contagiou as monjas e Margarida descobriu, com o apoio de todas elas, um novo chamado: “Ide por todo o mundo e proclamai a Boa Nova a toda a criação” (Mc. 15).

O Espírito Santo inspirava e, impulsionadas por Ele, em maio de 1926 todas as monjas receberam o crucifixo missionário, preparando assim a primeira expedição à China. Em 19 de setembro de 1926, o primeiro grupo de missionárias de Bérriz partiu para a missão de Wuhu (China). Tinha iniciado o "êxodo" missionário daquelas mulheres contemplativas, apoiadas e animadas, em todos os momentos, pelo encorajamento de Margarida. As monjas se dispersaram pelo longínquo Oriente: depois da China, as ilhas da Oceania e Japão. Eram fundações vinculadas a casa-mãe.

Ela cuidou com grande dedicação da formação das religiosas do Mosteiro para aquele novo serviço e para o testemunho missionário, para o qual o Senhor as tinha chamado. Em pouco tempo o Instituto das Mercedárias Missionárias de Bérriz foi aprovado e abençoado pela Igreja (Janeiro de 1930).
Na plenitude dos seus cinquenta anos, após uma dolorosa enfermidade, que, contudo não a distanciou das suas responsabilidades na guia do novo Instituto e nem da sua vida de amor e de dedicação missionária, Margarita foi chamada definitivamente por Deus. Deixou este mundo no dia 23 de Julho de 1934.

Atualmente o Instituto das Mercedárias Missionárias de Bérriz está presente em cinco continentes. As suas comunidades dedicam-se com entusiasmo à tarefa da redenção libertadora dos mais carentes, desejosas de manter com fidelidade a atitude missionária e profundamente humanizadora de Margarita. Conservam com afeto a sua herança: ser mulheres abertas à vida que seguem as pegadas de Jesus e o seu estilo de vida.

Em 22 de outubro de 2006, na Catedral de Santiago de Bilbao, a Irmã que “tinha o coração voltado para o Céu, o olhar no tempo e os pés no chão” e que havia ousado tanto sob a ação do Espírito Santo, foi solenemente proclamada Beata.


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