Rosa
viveu numa época de grandes confrontos, entre os poderes do papa e do
imperador, somados aos conflitos civis provocados por duas famílias que
disputavam o governo da cidade de Viterbo, a sua vida foi breve e incomum.
Ela era uma criança carismática, possuía dons especiais e um amor incondicional
ao Senhor e a Virgem Maria. Dizem que com apenas três anos de idade
transformava pães em rosas e aos sete, pregava nas praças, convertendo
multidões.
Ela nasceu em uma
família humilde, que possuía uma boa propriedade na vizinha Santa Maria de
Poggio, vivendo com conforto da agricultura. Seu pai chamava-se João e sua mãe
Catarina.
João também era
jardineiro do Convento Santa Maria das Rosas. Como era comum na Idade
Média, a função do jardineiro desse Convento passava por várias gerações, de
pai para filho. João, já idoso, não possuía descendente. Catarina,
sua esposa, se unia ao humilde jardineiro, em orações à Santa
Izabel e São Zacarias, pedindo um herdeiro.
E as preces do jardineiro e
sua esposa acabaram sendo atendidas, mas, limitadas ao desejo inicial, pois não
conseguiram um descendente homem. João e Catarina tiveram,
no dia 6 de março de 1233, uma filha que veio a ser a mais bela rosa do jardim
daquele jardineiro, que seria a glória do seu lar, da sua cidade e uma das
maiores santas da Igreja. Desde o berço, Rosa – nome que a menina recebeu em
louvor à Santa Maria das Rosas – mostrava sinais de uma vocação especial.
A vida de Rosa foi breve e
incomum. Como sua mãe, Catarina, trabalhava com as Irmãs Clarissas do mosteiro
da cidade, Rosa recebeu a influência da espiritualidade franciscana, ainda
muito pequena.
No dia 23 de julho de 1245,
foi atacada por uma forte febre e estava a beira da morte. Foi quando a Virgem
Santíssima apareceu para Rosa e lhe disse: “Levanta-se minha
filha porque amanhã irás a Igreja de São João Batista, depois à de São
Francisco, onde tomarás o hábito da Ordem Terceira”.
Na sua cama, de repente
ajoelho-se e balbuciou o nome de Maria, ficou ali por um longo tempo,
então levantou e sorriu, estava sem febre. Contou então o ocorrido. No mesmo
dia foi à Missa e depois foi pedir sua admissão na Ordem da
Penitência de São Francisco – hoje chamada de Ordem Franciscana
Secular.
Em 1250, o prefeito a
condenou ao exílio. Rosa e seus pais foram morar em Soriano onde sua fama já
havia chegado.
Na noite de 5 de dezembro
1251, Rosa recebeu a visita de um anjo, que lhe revelou que o imperador
Frederico II, uma semana depois, morreria. O que de fato aconteceu. Com isto, o
poder dos hereges enfraqueceu e Rosa pode retornar a Viterbo. Toda a região
voltou a viver em paz.
Ela desejava entrar para o Converto Santa
Maria das Rosas, mas foi recusada. A história não explica no entanto, os
motivos que fizeram as freiras daquele convento recusarem a presença de Rosa.
E Rosa lhes disse: “A donzela que repelis hoje há de ser por vós
aceita um dia, com alegria, e a guardareis preciosamente”.
Rosa então transformou
seu quarto em uma cela de religiosa, impondo-se a um severo silêncio,
ocupando-se apenas com Deus, sentindo que sua missão havia terminado.
Assim passou seus últimos sete anos de vida, só sendo interrompida por pessoas
piedosas que vinham lhe pedir conselhos.
No dia 6 de março de 1252,
sem agonia, ela morreu.
No mesmo ano, o Papa
Inocêncio IV, mandou instaurar o processo para a canonização de Rosa. Cinco
anos depois o mesmo pontífice mandou exumar o corpo, e para a surpresa de
todos, ele foi encontrado intacto. Rosa foi transladada para o convento das
Irmãs Clarissas que nesta cerimônia passou a se chamar, convento de Santa Rosa,
sendo então cumprida a sua profecia.
Depois desta cerimônia a
Santa só foi “canonizada” pelo povo, porque curiosamente o processo nunca foi
promulgado. A canonização de Rosa ficou assim, nunca foi oficializada. Mas
também nunca foi negada pelo Papa e pela Igreja. Santa Rosa de Viterbo, desde o
momento de sua morte, foi “canonizada” pelo povo.
Em setembro de 1929, o Papa
Pio XI, declarou Santa Rosa de Viterbo a padroeira da Juventude Feminina da
Ação Católica Italiana .
No Brasil ela é A Padroeira
dos Jovens Franciscanos Seculares. Santa Rosa de Viterbo é festejada no dia de
sua morte, mas também pode ser comemorada no dia 4 de setembro, dia do seu
translado para o mosteiro de Clarissas de Santa Rosa, em Viterbo, Itália.
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