A
espiritualidade e personalidade do padre Palau se caracteriza por
intensas lutas, largas e penosas buscas de pacificação durante
quase toda a sua vida. Empenha-se pela paz entre os homens, que na
época se debatiam em lutas fratricidas; pregou a verdade, para desterrar a
ignorância, causa de tantos desmandos; a liberdade, numa Espanha
que, dizendo-se “liberal”, perseguia implacavelmente a Igreja. Foi como
carmelita e sacerdote que não só trabalhou, mas comprometeu-se radicalmente
na busca de solução dos problemas de seu tempo, o que resultou-lhe sérias
perseguições. Em conseqüência de suas opiniões religiosas e políticas,
foi perseguido e exilado.
Durante uma pregação, na
novena das almas em Cidadela, recebe uma especial
inspiração sobre o Mistério da Igreja.
Seu
combate resoluto pela causa de Deus e da Igreja, faz lembrar a do profeta
Elias, patrono da família carmelitana. Possuía um particular discernimento do
papel desempenhado pelo demônio no mundo, e empenhou-se para que a Igreja
ampliasse o uso do exorcismo como arma espiritual adequada às necessidades dos
fiéis. Em diversas ocasiões praticou exorcismos, todas as vezes
com pleno êxito.
O
Beato Francisco Palau y Quer, fundador das Carmelitas Missionárias e Carmelitas
Missionárias Teresianas, nasceu em Aytona, Barcelona a 29 de Dezembro de 1811.
Depois de uma infância vivida durante a ocupação francesa, o menino tornou-se
num jovem na procura de um ideal que preenchesse o seu sonho de entregar-se ao
Amor. Procurou no Seminário em Lérida (Barcelona)… foi ao Convento dos Frades
Carmelitas Descalços onde professou… mas Deus tinha outros planos para ele e
servindo-se da Revolução anticlerical que levou à exclaustração e expropriação
das ordens religiosas lançou-o numa procura incansável da Sua Amada (Igreja)!
Esse fogo fê-lo ordenar sacerdote em Barbastro.
Passou
as fronteiras… Servindo a Igreja, descobriu que os homens eram explorados e não
conheciam o Evangelho. Criou a Escola da Virtude onde se reuniam para a
evangelização. Também se serviu das missões populares e da imprensa com o
jornal ”Ermitaño”. Tornou-se incomodo e confinaram-no à Ilha de Ibiza. Aí
dedicou-se à oração; a pregação pela ilha, tendo como singular companheira de
caminho a Virgem do Carmo; atender por via epistolar aqueles que com ele se
dirigiam. E eram muitos… núcleos de mulheres que procuravam viver segundo a sua
orientação e de homens que viviam como eremitas.
A
sua alma buscadora encontrou finalmente o que há tanto tempo ansiava: o Deus
dos homens e os homens de Deus numa totalidade. Assim o mistério da Igreja
(Deus e o próximo) centrou o seu coração e contagiou aqueles que com ele
tratavam. O seu tesouro não podia ficar escondido! Surgiram as primeiras
comunidades que se identificaram com este seu sonho! Este sonho chegou até hoje
e estende-se pelos cinco continentes, prolongando-se em cada carmelita
missionária e carmelita missionária teresiana. A sua vida entregue à Igreja
transfigura-se no dia 20 de Março de 1872.
Francisco
Palau, Homem, de traços fortes e bem marcados; de mediana estatura e de
constituição forte se descobre uma figura austera e severa. Enamorado do
silêncio, do retiro e da solidão, é e se sente apóstolo de atividades múltiplas
e transbordantes. Pregador incansável: vê a recristianização do ambiente
espanhol e europeu como uma autêntica obra de evangelização. A Direção
Espiritual foi um dos meios pelos que transmitiu com maior eficácia e
autenticidade o seu espírito aos membros da família religiosa que criou. Fica
também expresso nas suas cartas. A sua faceta de catequista e renovador fez
patente na grande obra da Escola da Virtude de Barcelona. Foi escritor, mais
por exigências pastorais que por vocação. Conseguiu, no entanto, compor páginas
originais que ocupam lugar privilegiado na literatura religiosa e espiritual do
século XIX espanhol.
Algumas
das suas obras são: a Luta da alma com Deus; A vida solitária; o Catecismo das
Virtudes; Mês de Maria; A escola da Virtude Vindicada; A Igreja de Deus
Figurada pelo Espírito Santo; entre outras. Menção especial merecem as páginas
de índole autobiográfica como são as cartas e As minhas Relações com a Igreja.
Foi considerado exorcista pela sua missão a favor dos marginalizados que o
procuravam na sua residência de Santa Cruz de Vallcarca (Barcelona).
Foi
beatificado a 24 de Abril de 1988.
Pensamentos do Beato Francisco Palau
y Quer
“Que
bem cuidado está aquele que se fia de Deus!”
“Irei
aonde a glória de Deus me chame.”
“A
voz de Deus não deixa vazia a alma, enche-a e dá-lhe firmeza.”
“A
obra grande de Deus no homem lavra-se no interior.”
“Amar
a Deus e ao próximo é a finalidade da minha missão.”
“Confiemos
em Deus e na Sua Mãe, e não seremos enganados nem confundidos nas nossas
esperanças.”
“Amo-te
Igreja! O mínimo que te posso oferecer é a minha vida!”
“Na
oração tudo encontrarás!”
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