Pedro e Paulo, germes da
semente divina
É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus santos, e nenhuma espécie de crueldade pode destruir a religião que foi fundada pelo mistério da cruz de Cristo.
É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus santos, e nenhuma espécie de crueldade pode destruir a religião que foi fundada pelo mistério da cruz de Cristo.
A Igreja não diminui com as
perseguições, mas aumenta; e o campo do Senhor reveste-se sempre com uma seara
mais abundante quando os grãos, caídos um a um, nascem multiplicados.
Por isso estes dois ilustres germes da semente divina deram origem a uma inumerável descendência, como testemunham os milhares de mártires bem aventurados, que, rivalizando com o triunfo dos Apóstolos, rodearam a nossa cidade de multidões purpuradas e resplandecentes ao longe e ao largo, como se a coroassem com um diadema entrelaçado de muitas e belas pedras preciosas.
Devemos certamente alegrar-nos,
irmãos caríssimos, na comemoração de todos os Santos, que são para nós um dom
de Deus, proteção da nossa fraqueza, exemplo de paciência e confirmação da
nossa fé. Mas ao celebrarmos a memória dos apóstolos São Pedro e São Paulo, com
razão nos devemos gloriar mais jubilosamente, pois a graça de Deus os elevou
tão alto entre todos os membros da Igreja que os constituiu como a luz dos dois
olhos no corpo de que Cristo é a cabeça.
Nos seus méritos e virtudes, que superam toda a eloquência humana, nada devemos considerar diferente ou distinto num e noutro, porquanto a eleição os tornou semelhantes, o trabalho parecidos e o fim da vida iguais.
Tal como nós já experimentámos e os nossos maiores demonstraram, cremos e
confiamos que no meio de todas as dificuldades desta vida seremos sempre ajudados
pela oração dos nossos principais protetores para obter a misericórdia de Deus.
Deste modo, se os nossos pecados nos abatem, elevam-nos os méritos dos
Apóstolos
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