Bernard Lichtenberg nasceu em 3 de dezembro de 1875 na Silésia
região alemã que hoje pertence à Polônia. Sua família vivia no verdadeiro
espírito cristão, e ele desde sua infância participava da Santa Missa todos os
dias com sua mãe.
Desde pequeno sentiu o chamado de Deus ao sacerdócio e aos
24 anos recebeu o Sacramento da Ordem e em 1900 foi transferido para Berlim
como auxiliar em várias igrejas da diocese.
De 1913 a 1931 foi Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Charlottenburg, onde destacou-se como
pastor com sincera piedade, uma vida simples, pobreza extrema e caridade
infinita para com os pobres e abandonados.
Berlim era uma cidade onde os católicos eram minoria, sendo
muitas vezes ridicularizados e perseguidos. Ele sempre defendeu os direitos da
Igreja com destemor. Com um caráter forte e destemido foi desaprovado pelos
nazistas desde o início.
Em 1935 foi encarregado de supervisionar a Diocese de Berlim
e tomando conhecimento da situação desumana dos campos de concentração, pediu
uma reunião com o Primeiro Ministro Alemão e como não conseguiu, deixou uma
carta reclamando contra os abusos praticados. Isso despertou a ira e em seguida
a vingança da Gestapo – Polícia Alemã.
Em 1941 protestou contra a eliminação dos doentes mentais,
enviando uma carta ao Chefe da Ordem dos Médicos com cópia para o Chaceler do
Reich, para Hitler e todos os ministros relevantes. O texto dizia:
“As pessoas do povo não
devem saber e as famílias não se atrevem a protestar publicamente porque temem
por sua vida e sua liberdade. Mas a minha alma de sacerdote não pode arcar com
o ônus de cumplicidade com os crimes contra a Lei Moral. Eu, apesar de ser um cidadão
comum, protesto como um homem, como um sacerdote cristão e alemão, e cobro do
Chefe da Ordem dos Médicos pelos crimes que são cometidos por sua ordem ou com
sua aprovação e que causam a vingança do Senhor da vida e da morte sobre o povo
alemão.”
Ao mesmo tempo fazia o possível para aliviar o sofrimento
dos judeus perseguidos e os chamados não-arianos, era diretor do serviço episcopal
para ajudar as pessoas, chegando a alojar perseguidos em sua casa.
Em 1941 foi emitido um folheto afirmando que cometesse atos
de compaixão para com os judeus seria considerado inimigo da pátria. Ele então
elaborou uma declaração de protesto para ser lida em todas as missas no domingo
seguinte, mas foi denunciado, e a Gestapo fez uma busca na sua casa, encontrou
o manifesto e o prendeu no dia 23 de outubro de 1941.
Foi acusado de dois crimes: Rezou publicamente pelos judeus
e pelos não-arianos e por ter preparado uma folha contra a propaganda
anti-semita do Estado.
Foi condenado a dois anos de prisão e no julgamento
declarou: “Como padre católico não posso
aceitar a filosofia do nazismo. Para mim os Mandamentos de Deus tem mais valor
do que as leis do Estado.”
Em 1943 quando saiu da prisão, foi-lhe oferecido o perdao
desde que renunciasse a pregar publicamente, ele pediu para ser enviado para
cuidar dos judeus cristão, o que lhe foi negado e assim foi enviado para o
Campo de Concentração de Dachau, com a saúde debilitada, a viagem sem cuidados
médicos era uma sentença de morte. Assim, após 6 dias de viagem chegou na Baviera
em coma e no dia 5 de novembro de 1943 veio a falecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário