quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

06 de dezembro - Beata Luisa Maria Frias Canizares

Podemos perguntar-nos: como são transfigurados os homens e as mulheres? A resposta é sublime: são os que seguem Cristo na sua vida e na sua morte, que se inspiram n'Ele e se deixam inundar pela graça que Ele nos dá; são aqueles, cujo alimento é cumprir a vontade do Pai; os que se deixam guiar pelo Espírito; os que nada antepõem ao Reino de Cristo; os que amam o próximo até derramar por ele o seu sangue; os que estão dispostos a oferecer tudo sem nada exigir em troca; os que em poucas palavras vivem amando e morrem perdoando.

Assim viveram e morreram José Aparício Sanz e os seus duzentos e trinta e dois companheiros, assassinados durante a terrível perseguição religiosa que atormentou a Espanha nos anos trinta do século passado. Eram homens e mulheres de todas as idades e condições: sacerdotes diocesanos, religiosos, religiosas, pais e mães de família, e jovens leigos. Foram assassinados porque eram cristãos, devido à sua fé em Cristo, por serem membros ativos da Igreja. Todos eles, segundo o que consta dos processos canônicos para a sua declaração como mártires, antes de morrer perdoaram sinceramente os seus algozes.

Os testemunhos que chegaram até nós falam de pessoas honestas e exemplares, cujo martírio selou uma vida repleta de trabalho, oração e compromisso religioso nas suas famílias, paróquias e congregações religiosas. Muitos deles gozavam já em vida de fama de santidade entre os seus coetâneos. Pode dizer-se que os seus comportamentos exemplares foram como que uma preparação para essa confissão suprema da fé que é o martírio.

Homilia de Beatificação, Papa João Paulo II - 11 de março de 2001

Luisa Maria Frias Canizares nasceu em 20 de junho de 1896 em Valência, e foi batizada no dia 25 do mesmo mês. Em 5 de Fevereiro de 1902 recebeu o sacramento da Crisma e a primeira Comunhão logo da festa da Ascensão do Senhor, em 1908, na Colegial de São Bartolomeu de Valência. Graduou-se em Filosofia e Literatura, seção de História na Universidade de Valência, onde foi professora assistente de Filosofia e Letras.

Apesar do clima de hostilidade à Igreja a que foi exposta na Universidade e na vida pública, aproveitou a sua missão de professora para dar testemunho de sua fé.Ela foi uma das fundadoras do ramo feminino da Ação Católica na Universidade. Trabalhou ativamente como membro da Ação Católica em sua paróquia de Santo Tomé Apóstolo, estava sempre disponível , tinha uma intensa vida interior e uma grande caridade para com os pobres. Peregrinava para Lourdes, Roma e Terra Santa.

Ela foi presa pelos anarquistas que a forçaram a se despir, recebendo insultos e maus tratos. De lá, ela foi levada para um calabouço, onde tentou encorajar seus companheiros de prisão. 
Foi levada para o Picadero de Paterna, e quando seus carrascos não conseguiram que ela negasse a sua fé, arrancaram seus olhos, cortaram a sua língua e depois a executaram com tiros de fuzil. Era o dia 6 de dezembro de 1936 e ela tinha apenas 40 anos.

No dia 11 de Março de 2001, o Papa João Paulo II elevou-a as honras dos altares ― beatificando-a – ao mesmo tempo que outras 232 outras vítimas dos massacres da revolução ― prestando assim uma homenagem pública à coragem desta mulher que não hesitou em derramar o seu sangue por Jesus Cristo.
Suas relíquias descansam na paróquia de Santo Tomás, de Valência.



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