Estevão, o Jovem foi um monge bizantino de Constantinopla
que tornou-se um dos principais oponentes das políticas iconoclastas do
imperador Constantino ele nasceu em
Constantinopla no ano de 713.
Seu pai, Gregório, foi um artesão. Sua mãe chamava Ana e
teve duas irmãs mais velhas, Teodora e outra de nome desconhecido. Aos 15 anos foi confiado por seus pais aos
monges do Monastério de Santo Auxencio, não muito distante de Calcedônia.
Lá
recebeu o ofício de comprar as provisões para o monastério. Quando seu pai
faleceu, Estevão precisou ir à Constantinopla, quando aproveitou para vender
todas as suas posses, repartindo com os pobres o dinheiro resultante da venda.
Uma de suas irmãs já era religiosa. A outra partiu para Bitínia com sua mãe,
retirando-se, ambas, num monastério.
Ao
morrer o abade João, Estevão, com apenas 30 anos, foi eleito para sucedê-lo em
seu posto. O monastério era constituído por uma série de celas isoladas,
espalhadas pela montanha. O novo abade se estabeleceu numa caverna localizada
em seu topo. Ali, uniu trabalho e oração, ocupando-se em copiar livros e
confeccionar redes. Alguns anos mais tarde, Estevão renunciou ao cargo e, num
lugar ainda mais retirado construiu uma cela tão pequena que, sequer podia
estar de pé em seu interior nem deitar-se sem encostar-se a uma de suas
paredes. Encerrou-se nesta espécie de sepulcro até seus 42 anos de idade.
O imperador Constantino V, seguiu com as
perseguições que se pai já havia declarado às imagens. Como já era de se
esperar, encontrou nos monastérios a oposição mais forte que podia esperar, e
contra eles, portanto, adotou as medidas mais rigorosas. O imperador estava
tentando assinar o decreto promulgado pelos bispos no sínodo iconoclasta de 754.
Patrício
Calixto fez uma tentativa de convencer o santo a assiná-lo, mas fracassou na
empresa. Constantino, furioso ao não ver a assinatura de Santo Estevão,
enviou Calixto com um grupo de soldados para que arrancassem o santo de sua
cela e o conduzisse à prisão. Estevão achava-se já tão exausto, que os soldados
tiveram de carrega-lo até o topo da montanha. Algumas testemunhas acusaram
Santo Estevão de ter vivido com sua filha espiritual, a santa viúva Anna. Anna
protestou, afirmando sua inocência e, tendo negado a testemunhar contra o
santo, como lhe pedia o imperador, foi encarcerada num monastério onde morreu
pouco depois em decorrência dos maus tratos sofridos.
O imperador, que buscava um novo pretexto
para condenar Estevão à morte, surpreendeu-lhe quando conferia o hábito a um
noviço, o que estava proibido. Imediatamente os soldados dispersaram os monges
e incendiaram o monastério e a igreja. Na igreja foi aprisionado e conduzido
num navio a um monastério de Crisópolis onde foi julgado por Calixto e alguns
outros bispos.
No
início, foi tratado com cordialidade, não tardando, porém, a ser maltratado com
brutalidade. O santo lhes perguntou como se atreviam qualificar de ecumênico um
concílio não aprovado por outros patriarcas, defendendo com coragem e firmeza a
veneração das imagens sagradas. Por isso, foi desterrado para a Ilha de
Proconeso de Propôntide. Dois anos mais tarde, Constantino V mandou que fosse
transferido para uma prisão em Constantinopla.
Alguns
dias depois Santo Estevão comparecia diante do imperador que lhe perguntou se
acreditava mesmo que pisotear uma imagem era o mesmo que pisotear Cristo.
Estevão respondeu: «Claro que não!»
E
tomando uma moeda perguntou ao imperador que castigo merecia o que pisoteasse a
imagem do imperador que havia nela. Só pensar num crime desta natureza provocou
visível indignação no imperador. Então, Estevão voltou a perguntá-lo: «De
modo que, é crime insultar a imagem do rei da terra, mas não o é atear fogo às
imagens do Rei do Céu?»
O imperador
então ordenou que Estevão fosse açoitado, o que seus carrascos cumpriram com
violência extrema. Sabendo que Estevão não tinha morrido no suplício,
Constantino exclamou: «Será que não existe quem seja capaz de me livrar desse
monge?» Imediatamente um dos que estavam presentes correu ao cárcere e arrastou
o santo pelas ruas da cidade, sendo apedrejado e açoitado pela multidão, até
que um homem atingiu sua cabeça, destrocando-a mortalmente.
Seu
crânio foi recuperado por um de seus seguidores e levado pelo mosteiro de Dius
e tornou-se objeto de uma procissão especial presidida pelo eparca de
Constantinopla em sua festa.
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