Celebra-se
hoje a solenidade de Cristo Rei do universo. Esta festa foi
oportunamente colocada no último domingo do ano litúrgico, para realçar que
Jesus Cristo é o Senhor do tempo e que n'Ele tem o seu cumprimento qualquer
desígnio da criação e da redenção
.
A figura do Rei-Messias assume uma forma, na
consciência do povo de Israel, através da Antiga Aliança. É o próprio Deus
que, especialmente mediante os Profetas, revela aos Israelitas a sua vontade de
os reunir como faz um pastor com o rebanho, para que vivam livres e em paz na
terra prometida. Para esta finalidade, Ele enviará o seu Consagrado o "Cristo",
em grego para resgatar o povo do pecado e o introduzir no Reino.
Jesus de Nazaré cumpre com o mistério pascal
esta missão. Ele não vem para reinar como os reis deste mundo, mas para
instaurar, por assim dizer, no coração do homem, da história e do cosmos o
poder divino do Amor.
O Concílio Vaticano II proclamou de maneira
forte e clara ao mundo contemporâneo o senhorio de Cristo, e a sua mensagem foi
retomada no Grande Jubileu do Ano 2000. Também a humanidade do terceiro milênio
precisa de descobrir que Cristo é o seu Salvador. Eis o anúncio que os cristãos
devem levar ao mundo de hoje com coragem renovada.
O Concílio Vaticano II recordou, a este
propósito, a especial responsabilidade dos fiéis leigos (cf. Decr. Apostolicam
actuositatem). Em virtude do Batismo e da Confirmação, eles participam na
missão profética de Cristo. Por conseguinte, são chamados a "procurar o
Reino de Deus, tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo
Deus" e também a desempenhar "um papel próprio... na Igreja e no
mundo [...] com a sua ação para evangelizar e santificar os homens" (Carta
apost. Novo millennio ineunte, 46).
Entre todas as criaturas angélicas e
terrenas, Deus escolheu a Virgem Maria para a associar de modo muito singular à
realeza do seu Filho feito homem. É isto que contemplamos no último mistério
glorioso do santo Rosário. Maria nos ensine a testemunhar com coragem o Reino
de Deus e a acolher Cristo como Rei da nossa existência e de todo o universo.
Papa João Paulo II - Angelus 24 de novembro de 2002
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